De camelô a dono de um império: 5 marcos empreendedores na trajetória de Silvio Santos | Negócios
O apresentador e empresário Silvio Santos faleceu neste sábado (17/8), aos 93 anos, vítima de uma broncopneumonia agravada por um quadro de H1N1, segundo o boletim médico. Além de um legado incontestável enquanto comunicador, Silvio deixou uma trajetória inspiradora no empreendedorismo, que já foi retratada em biografias oficiais, como o livro “A Fantástica História de Silvio Santos” (Editora Seoman), de Arlindo Silva, e não oficiais, como a série “O Rei da TV”, disponível no Disney +.
Silvio começou a vida empreendedora ainda cedo, na adolescência, como camelô nas ruas do Rio de Janeiro. Em 2013, entrou para a lista de bilionários da Forbes, com uma fortuna acumulada, na época, de R$ 1,3 bilhão, gerada a partir do império Grupo Silvio Santos, que tem como carro-chefe a emissora de televisão SBT.
Abaixo, veja cinco marcos na trajetória do empresário, que podem ser inspirações para empreendedores:
1. O início como camelô
O jovem Senor Abravanel se inspirou em vendedores ambulantes no centro do Rio de Janeiro para ganhar seu próprio dinheiro. Vindo de uma família humilde, filho de um casal de imigrantes judeus, ele usou seu carisma e simpatia para convencer as pessoas a comprarem seus produtos – e precisava, com astúcia, desviar da fiscalização da época.
A voz do jovem chamou tanto a atenção pelas ruas da capital carioca que ele foi convidado a fazer um teste em uma rádio. Ele relutou no início, pois ganhava mais dinheiro como camelô, mas acabou se mudando para São Paulo, aos 20 anos, para trabalhar como locutor na Rádio Nacional, pois entendia que poderia ter mais projeção em sua carreira.
3. Atento a oportunidades
Na rádio, Silvio conheceu Manoel de Nóbrega, pai do apresentador Carlos Alberto de Nóbrega, que estava tendo problemas para gerir o seu negócio, o Baú da Felicidade. Silvio o ajudou a reerguer o negócio e ganhou a loja de presente. O empresário, então, reformulou toda a mecânica do projeto e transformou no embrião do que seria o Grupo Silvio Santos. Na mesma época, o sucesso na rádio levou Silvio para a TV.
4. Exposição para os negócios
Com o sucesso nos negócios, televisão e rádio, Silvio foi conquistando o público. Ele aproveitava a visibilidade como líder de audiência aos domingos para divulgar o Baú da Felicidade, que funcionava com carnês que eram pagos pelos clientes em trocas de prêmios.
5. A criação do próprio canal
A concessão para o primeiro canal de TV feito ainda nos anos 1970, quando Silvio não conseguia mais comprar horários para aparecer na televisão. Nesse meio tempo ele ainda tentou comprar a Record TV, mas decidiu que seria melhor ter algo “com a sua cara”. Em 1981, conseguiu mais quatro canais e formou o Sistema Brasileiro de Televisão, o SBT. A rede se consolidaria, por anos, como a segunda maior do país.
No auge, o Grupo Silvio Santos chegou a ter 30 empresas. Com o passar dos anos, foi se desfazendo de alguns negócios. Atualmente, compõem o portfólio os negócios Jequiti (que está em negociações para ser adquirida pela Cimed), Liderança Capitalização S.A. (responsável pela Tele Sena), Sisan Empreendimentos Imobiliários e Hotel Jequitimar.