Silvio Santos morre aos 93 anos; relembre trajetória do empresário
Comunicador criou o Grupo Silvio Santos, que é dono de empresas como o SBT e Jequiti Morreu neste sábado (17/8) o apresentador e empresário Silvio Santos, aos 93 anos. A notícia foi confirmada pelo SBT, emissora de televisão criada por Silvio em 1981. Em 18 de julho ele havia sido internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para se recuperar de H1N1, e teve alta dois dias depois. No último dia 1º de agosto ele voltou a ser hospitalizado, mas, segundo a assessoria de imprensa do SBT, para passar por exames de imagem. A causa do óbito divulgada no boletim médico foi uma broncopneumonia.
“A família é muito grata ao Brasil pelos mais de 65 anos de convivência com muita alegria. Para nós, o Senor Abravanel é ainda mais especial e somos muito felizes pelo presente que Deus nos deu e por todos os momentos maravilhosos que tivemos juntos”, diz o comunicado postado pelo SBT no Instagram.
Além do SBT, o Grupo Silvio Santos é atualmente dono das empresas Jequiti (que está em negociações para ser adquirida pela Cimed), Liderança Capitalização S.A. (responsável pela Tele Sena), Sisan Empreendimentos Imobiliários e Hotel Jequitimar. Em 2011, a empresa se desfez do Banco Pan (Panamericano), após uma crise financeira que colocou em risco todos os bens do grupo, e do Baú da Felicidade, que foi vendido para o Magazine Luiza por R$ 83 milhões.
Atualmente, o negócio de maior projeção do grupo é o SBT, que é comandado por uma das filhas de Silvio, Daniela Beyruti. Em 2017, o empresário já havia recebido uma autorização do governo federal para transferir o comando da emissora para suas filhas.
Início como camelô
Silvio Santos sempre teve um tino empreendedor. Nascido em 12 de dezembro de 1930, sob o nome de Senor Abravanel, o empreendedor começou a trabalhar por conta própria aos 16 anos, como camelô no centro do Rio de Janeiro. Ele teria visto um homem vendendo capinhas de plástico para guardar o título de eleitor e resolveu fazer o mesmo.
O empreendedor falou sobre esse período ao autor Arlindo Silva, responsável pela biografia “A Fantástica História de Silvio Santos”. Na entrevista, Silvio contou que costumava fazer números de mágica para chamar a atenção do público.
“Trabalhava das onze às doze horas, horário em que o guarda saia para almoçar. Eu realmente tinha o poder de comunicação e, com isso, ganhava por dia o equivalente a quase cinco salários mínimos, que, naquela época, era correspondente a 200 cruzeiros antigos. Daí em diante, nunca mais me faltou dinheiro, pois ganhava até mais que precisava”, disse.
As cenas foram reproduzidas na série do Disney +, “O Rei da TV”, que conta a história de Silvio Santos. O programa mistura fatos reais com alguns artifícios de roteiro – a veracidade de algumas passagens da história já foi contestada publicamente pela família do empresário.
Admirado por sua voz, Silvio chegou a fazer testes para trabalhar em rádios, mas voltou a trabalhar como camelô por perceber que ganharia mais, na época. Entretanto, ao ser convocado para servir o exército, precisou deixar as ruas e foi trabalhar em uma rádio para conseguir conciliar uma renda extra.
O salto para a televisão
O que viria a se tornar o Grupo Silvio Santos nasceu em 1959, com a aquisição do Baú da Felicidade, criado por Manoel da Nóbrega, pai do humorista Carlos Alberto de Nóbrega, que apresenta o humorístico “A Praça é Nossa”.
Inicialmente, a mecânica da empresa era fornecer um baú com diversos produtos, mediante o pagamento mensal via carnê. Quando o negócio entrou em crise, Silvio foi acionado para ajudar a reerguê-lo. Ao perceber o potencial do negócio, o empresário ajudou Manoel da Nóbrega a colocar o negócio nos trilhos – e a recebeu de presente.
O Baú da Felicidade sob Silvio Santos começou a funcionar em São Paulo, e Silvio fazia shows em circos falando sobre a empresa, para que ela ficasse conhecida. Com o tempo, ele levou o negócio para um programa de televisão, que na época era apresentado na TV Globo. Depois, mudou de nome para Programa Silvio Santos. O empresário também passou pela extinta TV Tupi.
Com vontade de ter o próprio canal, Silvio chegou a negociar a compra da Record, mas resolveu que adquirir o Canal 11, no Rio de Janeiro, em 1975. Em 1981, o empresário ganhou a concessão de mais quatro canais, formando, então, o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
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