Alicerce, startup com soluções para educação básica, alcança 100 mil alunos e inicia expansão internacional | Startups
“Eu vi o apagão da base educacional. Por causa da política de aprovação automática para conter a evasão escolar, muitos se formam sem saber ler e contar direito, o que vira um problema para as empresas, porque esses jovens não têm preparo para funções operacionais”, comenta. Segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), de 2021, 95% dos estudantes brasileiros finalizam os estudos em escola pública sem saber o esperado de matemática.
Quando a Cremer foi comprada pela multinacional Henry Schein, Batista decidiu se aprofundar no tema da educação. Ele se apaixonou pelo problema e entendeu que precisaria criar um negócio de impacto social para trazer o estado e a iniciativa privada para ajudar na solução. Ao longo de 2017, ele e o time fizeram uma pesquisa mundial sobre metodologias criadas para resolver a defasagem educacional, buscando iniciativas em países como China, Finlândia, Coreia do Sul e Estados Unidos.
Já ao fim de 2019, os pais dos alunos começaram a pedir para estudar no Alicerce para preencher lacunas como dificuldade de leitura, escrita e matemática. Ao mesmo tempo, Batista passou a procurar empresas para patrocinar o projeto. “As companhias se conectaram muito com o problema, mas pediram o nosso trabalho para os adultos que trabalhavam para elas porque já existia essa dor na equipe”, relembra. Nascia o produto de qualificação profissional para adultos customizado para empresas.
Com faturamento de R$ 30 milhões em 2023, a Alicerce almeja bater R$ 70 milhões neste ano. Batista espera que 40% do faturamento venha das PPPs, 50% dos projetos com empresas de capital privado e 10% do B2C. “A longo prazo, esperamos que a venda pro consumidor final cresça, porque ele ficou dois anos parado durante a pandemia”, revela.
Investida da Wayra Brasil, corporate venture capital (CVC) da Vivo, a rodada mais recente foi a captação de uma Série A de US$ 6,5 milhões em 2021. O aporte ajudou a edtech a chegar ao breakeven, marco atingido ao fim de 2022. Desde então, a startup voltou a queimar caixa em alguns momentos para investir na operação – a nova chegada ao ponto de equilíbrio está projetada para setembro. O aporte do CVC abriu as portas para que a Vivo se tornasse cliente da Alicerce. Outras empresas que utilizam o serviço são MRV, Grupo Ultra e Suvinil.