Amigos faturam R$ 35 milhões com marca de roupa infantil que cresceu após 'crise dos 30' dos sócios


Receita da Bugbee Kids aumentou 250% nos últimos três anos, impulsionada por reestruturação do propósito da empresa. Hoje, marca está em sete países e produz 840 mil peças por ano Naturais de Jaraguá do Sul (SC), cidade popularmente conhecida como “capital da malha”, os amigos Rafael Amorim e Eliakim Pieper sempre imaginaram empreender no segmento de maior sucesso da cidade: o de vestuário. Ainda sem um propósito claro, decidiram começar um negócio de roupas infantis. Fundada em 2009, a Bugbee Kids foi repaginada ao longo dos anos, saindo de uma fabricação no fundo de uma garagem para uma produção de 840 mil peças, vendidas em sete países e com faturamento de R$ 35 milhões.
A grande mudança de chave da empresa, que resultou em um crescimento de 250% na receita nos últimos três anos, começou em 2017, ano em que os empreendedores, hoje com 37 anos, completaram 30 anos de idade. Até então, a empresa contava com uma operação pequena, majoritariamente terceirizada, e mantinha uma produção focada exclusivamente na demanda de lojas multimarcas.
“Quando completamos 30 anos, nós dois começamos a nos questionar muito. Perguntamos qual legado queríamos deixar, principalmente porque, mais ou menos na mesma época, tanto eu quanto o Kim descobrimos que seríamos pais. O que fazíamos não seria sustentável nem como negócio nem em termos socioambientais”, conta Amorim.
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Em meio às reflexões pessoais, os empreendedores decidiram traçar um novo propósito para o negócio. Com o objetivo de gerar impactos mais positivos para a sociedade e o ambiente, a empresa mudou passou a considerar processos mais sustentáveis, da fabricação ao design das peças, que contam com opções minimalistas e dupla face.
As práticas de sustentabilidade são mensuradas a cada coleção, que contam com 60% das matérias-primas com ao menos um benefício sustentável, como algodão responsável, fibras recicladas e fibras de garrafa PET. Os resíduos das operações são reaproveitados, as embalagens são recicláveis ou biocompostáveis e a fábrica conta apenas com energia solar.
Em 2019, foi inaugurada a primeira loja da Bugbee — até então, os produtos eram vendidos em lojas multimarcas. Atualmente, a marca conta com três unidades, localizadas em Jaraguá do Sul (SC), Porto Belo (SC) e Campo Largo (PR), todas licenciadas. Uma nova loja será inaugurada em setembro deste ano no bairro de Pinheiros, em São Paulo (SP), a primeira no modelo flagship.
Os novos propósitos e a vontade de elevar o reconhecimento da marca pelo público também levaram os empresários a buscar o mercado internacional. O processo de expansão começou em 2022 e, hoje, a marca está presente no Paraguai, Estados Unidos, Guatemala, Líbano, Emirados Árabes Unidos e Taiwan. Para o próximo ano, a empresa planeja chegar na Inglaterra, Panamá, Japão e China.
De acordo com Amorim, apesar da abrangência de diversos países, o mercado internacional ainda representa cerca de 1% do faturamento do negócio. O empreendedor afirma que o objetivo inicial com a expansão pelo comércio estrangeiro é apenas reforçar o posicionamento da marca, como uma estratégia de branding do negócio.
Atualmente, a empresa conta com uma produção de 840 mil peças por ano, 100 colaboradores diretos e mais de 300 fornecedores. Segundo Pieper, desde a reestruturação do negócio, a companhia internalizou diversos processos, da parte criativa à saída do produto, mas não verticalizou por completo o processo produtivo. Mesmo com fábrica própria em Jaraguá do Sul, a produção mantém apoio terceirizado, com foco na mão de obra da região. Entre vendas nos espaços licenciados e em multimarcas, a produção abastece mais de 1,5 mil lojas.
Com o objetivo dar continuidade às estratégias de expansão, os amigos já estão com o negócio formatado para franquias. Serão lançados quatro modelos, que contam com opções como home-based, com investimento inicial de R$ 50 mil, e espaços físicos que vão de 9m² a 150m² e investimento inicial de R$ 150 mil a R$ 650 mil, respectivamente.
Com inauguração prevista para o primeiro semestre de 2025, as primeiras unidades franqueadas devem ocupar as regiões Sul e Sudeste. A expectativa da empresa é alcançar 100 lojas até 2027, entre licenciadas e franquias, com presença em todas as regiões brasileiras. Além dos espaços físicos, a marca aposta no crescimento do e-commerce próprio, que hoje representa 7% da receita da empresa. “Em 2025, deve chegar a 10% do faturamento e ganhar tração ano a ano”, diz Amorim.
Com um faturamento de R$ 35 milhões em 2023 e projeção de R$ 40 milhões para 2024, a empresa espera dobrar a receita até 2027.
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