Pizzaria que foi aberta para ajudar pai desempregado já reúne terceira geração e projeta faturar R$ 384 mi | Ideias de negócios

O pai de Rubens, que também se chamava Rubens Augusto (falecido em 1997), trabalhava havia muitos anos na indústria de móveis. Ele perdeu o emprego aos 50 anos, em 1984, e não conseguia se recolocar. “Ficou seis meses em casa sem trabalhar e teve um infarto. Os médicos disseram que o problema era tristeza, naquela época a palavra ‘depressão’ não era tão conhecida. Falaram que, se meu pai não arrumasse uma atividade, algo para se ocupar, ele não aguentaria muito tempo”, conta.

Ele encontrou um imóvel disponível para alugar na região do Paraíso, na capital paulista, e resolveu transformar em uma pizzaria para que o pai tocasse. A família já tinha o costume de se aventurar fazendo redondas para amigos, então, a escolha do nicho foi um caminho natural. “Eu passava lá depois do trabalho para ajudar a fechar o caixa”, conta. O cunhado de Rubens entrou como sócio.

Em 1997, a pizzaria já tinha crescido e contava com três unidades. As duas primeiras eram focadas no delivery — algo ainda incipiente na época —, e a terceira tinha atendimento no salão. A empresa tinha recebido uma proposta para inaugurar a primeira loja em um shopping center em Santo André, na Grande São Paulo. Seria um grande passo para o negócio, e Rubens, o pai, estava bem animado.

No entanto, o cunhado de Rubens faleceu em junho daquele ano, e o patriarca partiu pouco mais de 50 dias depois, em agosto, aos 70 anos, vítima de um AVC. Rubens precisou tomar uma decisão: fechar a rede de pizzarias ou encarar o desafio da expansão para manter o legado do pai? Ele acabou optando pelo segundo caminho, e abriu a loja de shopping em novembro do mesmo ano. “Meu pai chegou a aprovar o projeto da loja, mas não a viu sendo inaugurada.”

Quando ele resolveu ceder, desenvolveu uma cozinha central para o preparo dos insumos, deixando a cargo dos franqueados apenas a montagem das pizzas. Com a entrada no setor de franquias, o negócio passou para 17 lojas em um ano. “Até 2019, crescemos uma média de 35,5% ao ano”, afirma.

Dois dos filhos de Rubens, Rafael Augusto, 41 anos, e Patrícia Augusto, 38, atuam na Patroni atualmente. Ambos começaram a trabalhar ainda novos no negócio, em funções operacionais, como atendimento e limpeza. Hoje, Rafael é do marketing da rede e Patrícia é da equipe jurídica.

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