Sua ONG atende crianças? Leia este texto!
Batatinha frita um, dois, três… Pera, uva, maçã… salada mista…
Em um dos nossos artigos anteriores, falamos sobre a geração dos nativos digitais e o quanto eles impactarão as organizações e também as tendências mercadológicas.
Os nativos digitais e o impacto deles nas organizações
As crianças são o público alvo de muitas organizações do terceiro setor. E é muito importante ter cada vez mais conhecimento sobre o assunto, pois servirá de auxílio no desenvolvimento de estratégias e também na adaptação de atividades.
Hoje, trouxemos o artigo da pedagoga
Denise Aguiar Santiago, sobre a importância das brincadeiras na vida e desenvolvimento das crianças. Leia abaixo:
Como a saudade aperta ao lembrarmos dos momentos de brincar! Mas diante das diversas situações de violência e uso descontrolado da tecnologia, pouco se vê crianças brincando na rua. Geralmente estão em suas casas diante da tela do celular, tablet ou televisão.
É por meio das brincadeiras que o ser humano tem a chance de se relacionar com o outro, de entrar no mundo imaginário que é tão importante, principalmente para o desenvolvimento socioafetivo das crianças. Mas, e quando o brincar já não comporta o outro e existe a barreira física da tela do celular?
Brincar é inerente ao mundo infantil. São nos jogos e nas brincadeiras que se tem a oportunidade de vivenciar situações do dia a dia, aprender a enfrentar os medos, os desafios e a lidar com conquistas, derrotas, fracassos e sucessos.
É no olho a olho, mão na terra e pé no chão que a criança, ao lidar com a diversidade, aprende a conviver e a respeitar o outro, bem como resolver seus conflitos e seguir em frente. Diferente dos ambientes virtuais, que diante das diferenças e das dificuldades dá a possibilidade de
bloquear,
silenciar
ou
excluir, além de muitas vezes se
ocultar.
A criança é um ser imaginativo, criativo e espontâneo, por isso é importante que tenha acesso ao mundo infantil de forma compatível com a sua natureza lúdica e nas suas construções, possa recriar sua realidade, repensando e ressignificando o mundo real.
Dessa maneira, se desenvolve cognitiva e emocionalmente uma forma saudável, favorecendo a socialização, a interação com o outro, aumentando seu repertório verbal e afetivo, além de fomentar a criatividade e a imaginação. Uau, o brincar faz tudo isso? Sim, se for incentivado o processo espontâneo e interativo.
É importante permitir que a criança tenha tempo e espaço para brincar livremente. Montar, desmontar, multiplicar seus brinquedos, sejam eles comercializados ou aqueles que só elas sabem criar com tampas, caixas, peneiras e outros objetos incríveis que estão ali ao seu alcance.
Quem já não viu uma criança se divertir com a embalagem deixando o brinquedo de lado? Vale ressaltar que quanto mais desconstruído for o processo de brincar, mais favorece o poder imaginativo da criança. Todo educador deve se preocupar com a oferta e a qualidade de espaços criativos, inventivos e que possam despertar talentos e potencializar habilidades.
Então, é só deixar a criança ali, brincando sozinha livremente? Sim e não. A criança precisa de momentos para fazer suas relações e próprias interpretações do mundo, levantar suas hipóteses e se desenvolver. Mas, as brincadeiras dirigidas também são extremamente importantes.
Quando se tem um foco ou objetivo no desenvolvimento como:
coordenação grossa, fina, vocabulário, percepção visual e auditiva, dentre tantos outros, adultos podem e devem interagir. O segredo sempre é saber a medida, nada em excesso é bom. A criança precisa do ócio e é essencial deixarmos momentos do dia para que ela possa fazer explorações e pesquisas espontâneas e não ocuparmos o seu horário com milhares de atividades de maneira que não tenha tempo para nada.
Mas, também não nos esqueçamos da interação, de compartilhar novidades, de brincar junto, afinal, somos seres sociais, não é verdade?
Então… Bora brincar porque brincadeira é coisa séria sim!
E como sua organização tem mensurado o impacto do trabalho com crianças? Conseguem apresentar dados reais como resposta deste questionamento?
A brincadeira é tão importante para as crianças quanto o uso da tecnologia é para as organizações, isso garante um trabalho de maior impacto e eficiência para a comunidade onde está inserida.