Ex-colegas de trabalho fundam agência de comunicação que se diferencia pela diversidade | Ideias de negócios

Os publicitários Haynabian Amarante, 38, e Ramon Prado, 33, se conheceram enquanto trabalhavam na mesma empresa — e logo sentiram que tinham uma afinidade. Quando Prado decidiu empreender com uma agência de comunicação, convidou a amiga para ser sua sócia. Juntos, fundaram a Hustlers.BR, que tem como clientes empresas como Warner, TikTok e Google. No ano passado, o negócio, que tem sede na cidade de São Paulo, faturou R$ 5 milhões.

Entre os projetos que se destacam, os empreendedores citam o TikTok Pride, ativação realizada em junho, no mês do orgulho LGBTQIA+. “Fizemos um evento reunindo influenciadores dentro do Cine Cortina, em São Paulo, com dicas de conteúdo para ter mais engajamento dentro da plataforma”, diz Prado, em entrevista a PEGN. Atendendo a Warner, os sócios realizaram o projeto Narrativas Negras Não Contadas para promover a representatividade negra no audiovisual.

Já com o Google, a Hustlers.BR organizou o evento de comemoração dos dez anos do grupo de afinidade AfroGooglers. A empresa também auxilia, como parceira, na organização dos eventos Future in Black, desde 2022, e Perifacon, a partir de 2024.

Segundo os empreendedores, entregar diversidade em seus projetos é algo que se tornou um atrativo. “Uma das frases que dizemos internamente é que não falamos de diversidade, nós vivemos. É uma empresa criada por duas pessoas pretas e com o time majoritariamente de mulheres pretas. A diversidade não era necessariamente um objetivo, mas algo natural que se tornou um diferencial nos projetos que entregamos”, afirma Prado.

“Somos uma agência de comunicação que atende diversos tipos de eventos e projetos, independente da diversidade. Mas é um propósito de vida, meu e do Ramon, fazer essa transformação no mercado”, complementa Aramante.

Os sócios se conheceram no início de 2019. “Tivemos uma identificação muito imediata e ficamos muito próximos”, diz Prado, que pediu demissão no começo da pandemia para ter seu próprio negócio focado em live marketing. “Percebi um movimento do mercado em que as grandes contas estavam buscando agências menores. Era um momento oportuno para abrir um negócio”, afirma o empreendedor, que convidou Amarante para ser sua sócia em abril de 2020.

A primeira decisão foi definir as áreas de atuação da empresa — e eles optaram por realizar serviços além do live marketing, uma vez que a pandemia dificultava a realização de eventos presenciais. “Também começamos a oferecer projetos de estratégia digital, uma área que não foi tão impactada no período, e gestão de carreira de nanoinfluenciadores, especialmente atletas”, afirma a empreendedora.

Eles conseguiram driblar a dificuldade de eventos presenciais realizando encontros virtuais. “Um dos nossos primeiros clientes foi a empresa de soluções financeiras Fiserv, que atendemos até hoje. Fizemos o primeiro evento deles no Brasil, que foi virtual e dentro de um estúdio, seguindo todos os protocolos da pandemia, para lançamento do cartão no Brasil”, diz Amarante.

Segundo os empreendedores, o crescimento do negócio se deu especialmente por indicação. “Por estarmos há bastante tempo no mercado, já conhecíamos clientes e tínhamos uma boa reputação”, diz o empreendedor. “Também mantivemos uma recorrência com os nossos clientes.”

A diversidade nas entregas, explica Amaranto, vem de ter uma equipe com pessoas de diferentes bagagens. “Somos uma agência majoritariamente preta, mas não exclusivamente preta. Acreditamos na pluralidade e que ter diferentes olhares pensando no projeto contribui para uma melhor entrega”, afirma. “No primeiro momento, as empresas vêm buscando a diversidade e solicitam projetos para o mês da Consciência Negra, por exemplo. Então explicamos que somos uma agência de comunicação e atendemos o todo.”

No entanto, mesmo em eventos que não são de diversidade, eles dizem que consideram o fator no momento das entregas. Por exemplo, ao escolher a pessoa que será mestre de cerimônia.

A empresa tem planos de crescer 50% neste ano. Uma das maneiras de fazer isso, segundo Prado, é aumentar o público-alvo. “Queremos continuar trabalhando com os mesmos clientes, mas atingir outros segmentos. Nosso histórico é majoritariamente de clientes B2B, que não lidam necessariamente com o B2C. Queremos estar mais presentes em festivais e em ativações que atendam o consumidor final”, diz Prado. A previsão é faturar R$ 7,5 milhões em 2025.

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