Enjoou? Franquia de aluguel de brinquedos infantis que nasceu na sala de casa fatura R$ 420 mil | Franquias

Mãe de duas crianças, a gaúcha Mariana Lock, 43 anos, viu uma oportunidade de ter o próprio negócio a partir de uma necessidade pessoal. Ela começou a observar que os filhos perdiam o interesse muito rapidamente em brinquedos, e imaginou que aquilo também poderia ser a dor de muitas outras mães. Assim, há dez anos, começou a Club4Kids na sala de sua casa, com um investimento de R$ 80 mil. Agora, o negócio inicia a expansão por franquias.

A empresa oferece aluguel de brinquedos, que passam uma temporada na casa das crianças e depois retornam para que outras possam utilizar. De acordo com Lock, houve muita resistência no início, quando o modelo de negócio baseado em compartilhamento ainda não era tão comum. “As pessoas tinham muita dificuldade em entender que era possível alugar brinquedos. Ainda tem quem acredite que brinquedo não pode ser compartilhado dessa forma”, afirma.

Atualmente, a empresa atende crianças de zero a seis anos, com itens que vão de carrinhos a piscina de bolinhas. “Estamos estudando a viabilidade de ampliar a faixa etária atendida”, conta. A empresa também trabalha com itens de puericultura pesada, como carrinhos, cadeirinhas e berços, úteis sobretudo para famílias que estão em viagem. No portfólio também há serviços de manutenção e higienização de brinquedos.

Ao longo dos anos, a Club4Kids foi crescendo na região de Porto Alegre, onde ganhou sede própria. Ao analisar a demanda de alguns clientes, Lock percebeu, aos poucos, a oportunidade de levar o formato para outras regiões. Isso a fez olhar para o mercado de franquias como uma oportunidade não apenas de expansão, mas de espalhar a cultura do compartilhamento.

“Alugando o brinquedo, deixa-se de consumir de forma exagerada. A criança perde o interesse muito rápido, então, não se cria tanto ‘lixo’, não se desperdiça tanto”, conta.

Antes de lançar a empresa para franquias, a empreendedora testou duas unidades próprias em Florianópolis (SC) e em Curitiba (PR), entre 2021 e 2022. Também expandiu o raio de atuação da unidade de Porto Alegre, alcançando um raio de 100 quilômetros da capital gaúcha.

De acordo com Lock, essa etapa foi essencial para testar diferentes culturas, economias e peculiaridades do mercado em outras regiões. Nessa fase, ela conseguiu adaptar e aprimorar os processos para uma futura expansão nacional.

A primeira loja franqueada foi aberta em Santa Maria (RS) em julho do ano passado, ainda como um projeto piloto. “Dedicamos um cuidado especial a essa unidade, tratando-a como um verdadeiro berçário”, afirma a empreendedora.

Lock conta que resolveu usar a cidade, que tem um perfil universitário, para entender a aderência do negócio em regiões sem fama de ser polo infantil. “Nós entendemos que os estudantes se casam e têm filhos. E claro, as crianças precisam de brinquedos e dos produtos que oferecemos. Era um mercado para ser testado, e deu certo”.

Agora, com o negócio validado, ela tem planos de crescer com unidades em outras regiões do país, mas ainda de forma controlada, com até 10 franquias. O investimento inicial para se tornar um franqueado da Club4Kids é a partir de R$ 45 mil, e o prazo de retorno estimado é em até 20 meses.

Maternidade inspira criação de negócios de economia circular

Assim como Lock, outras mães viram a oportunidade de empreender a partir de itens descartados precocemente (ou sequer usados) pelos filhos pequenos. No nicho de aluguel de brinquedos, a empreendedora Isabel Tunas Muniz abriu a Facilitoy, em 2019, e também passou a crescer com franquias. A engenheira Débora Chiari deixou o emprego em 2018 para abrir a Túnel do Brinquedo.

Também há negócios criados para desapego das roupas infantis, incentivando a recirculação de peças pouco usadas, como a Arena Baby, fundada pelos irmãos Flávio Thenório e Giovanna Domiciano, e a Repetikos, criada pela empreendedora Mariana Spadócio.

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