Empreendedores criam vídeos para ensinar folclore de maneira lúdica para crianças | Ideias de negócios

Mostrar o folclore brasileiro de maneira lúdica é o objetivo da Turma do Folclore, um canal de desenho animado que utiliza músicas para apresentar personagens como Saci-Pererê, Curupira, Caipora, Iara, Cuca, Mula-sem-Cabeça, Boto-Cor-de-Rosa, Boitatá e Boi-Bumbá. O empreendimento foi lançado em agosto de 2016, como uma comemoração do Mês do Folclore, em agosto. Agora, já são 94 publicações e mais de 300 minutos de conteúdo. O Dia do Folclore é celebrado nesta quinta-feira (22/8).

Os vídeos também são reproduzidos no canal para assinatura ZooMoo Kids e em streamings, incluindo o Prime Video. Em 2023, o negócio que também tem um livro homônimo, com a Editora Ciranda Cultural, faturou R$ 850 mil.

“O folclore é um dito popular que pode ser contado de diversas formas, variando até as formas como em diferentes regiões do País. Encontramos o nosso tom, mais voltado ao público infantil”, diz Guilherme Lage, cofundador e sócio do empreendimento. “O nosso Saci-Pererê não usa cachimbo, por exemplo.”

Lage e Rafael Béber, também cofundador e sócio, se conheceram em 2011, enquanto trabalhavam na mesma empresa de varejo. Béber e Lage compartilhavam o gosto pela música como um hobby — ambos tinham o hábito de compor e Béber já até participou de uma banda na adolescência.

A ideia de empreender com músicas de folclore veio quando Guilherme Wroclawski, que trabalhava na mesma empresa que Lage e Béber, foi a um show infantil em que seu sobrinho interpretava um dos personagens da mitologia. Wroclawski também é sócio, mas não participa do dia a dia da operação.

Pesquisando na internet, os empreendedores viram que existia uma carência de conteúdo de folclore voltado ao público da primeira infância, com um modelo mais lúdico. “O folclore é muito discutido dentro das escolas. Porém, para o público-geral, era mostrado de uma maneira mais assustadora, associando os personagens a monstros”, afirma.

Ao mesmo tempo, perceberam que canais infantis no YouTube, como Mundo Bita e Galinha Pintadinha, estavam ganhando mais público.

Personagens da Turma do Folclore — Foto: Divulgação
Personagens da Turma do Folclore — Foto: Divulgação

Os empreendedores começaram a desenhar o projeto de um canal infantil no YouTube sobre folclore em fevereiro de 2016. Para isso, mergulharam em uma pesquisa sobre o folclore brasileiro, lendo livros de referência na área. Então, contrataram serviços de animadores e ilustradores. Lage e Béber ficam responsáveis pelo roteiro, produção musical e parte gráfica. “Botamos a mão na massa. Nós mesmos fomos para o estúdio gravar as vozes das músicas”, diz Béber.

Os primeiros 12 vídeos foram lançados em agosto, com os personagens que tinham mais busca no Google: Saci-Pererê, Curupira, Caipora e Iara. “Desde o início já tivemos uma boa aceitação, e recebemos muitos comentários nos vídeos. Tivemos a chancela de educadores, que nos deram bons feedbacks e opinaram sobre o que podíamos fazer para os futuros conteúdos”, diz Lage. “Isso nos ajudou a aprimorar a produção.”

Segundo os empreendedores, a criação do negócio foi despretensiosa — nos primeiros três anos Béber e Lage mantiveram seus empregos e levaram a Turma do Folclore como uma ocupação paralela. O jogo virou em 2020, quando a plataforma foi selecionada em um concurso cultural da Petrobrás para fazer um vídeo sobre consumo de energia sustentável. “Fizemos uma produção com o apoio deles e se tornou um grande sucesso. Conseguimos 1 milhão de visualizações em uma semana”, diz Béber.

Depois desse projeto, a plataforma passou a ser procurada por outras marcas. “Empresas que querem se posicionar como preocupadas com o meio ambiente nos procuraram para fazer conteúdos explicativos sobre educação ambiental. Algumas lendas retratam o Saci-Pererê ajudando a proteger os animais e a Iara cuidando dos rios”, afirma Lage.

Desde agosto de 2023, a Turma do Folclore também realiza shows ao vivo em escolas e espaços culturais — frente que é um dos focos no momento. Mas os empreendedores observam outros potenciais. “Muitos pais também pedem para que a gente venda bonecos dos personagens, e estamos planejando o lançamento”, diz Lage. A previsão é que o negócio fature R$ 1,2 milhão neste ano.

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