Empreendedor de SP mostra como funciona comporta para barrar enchente instalada na sua sorveteria | Redes sociais

A rua José Zappi, no bairro de Vila Prudente, em São Paulo (SP), foi criada em cima de um rio canalizado. Em época de chuvas fortes, como o verão, as enchentes são inevitáveis. Bruno Gion, empreendedor que abriu uma unidade da sorveteria Sou Ice na região, viralizou recentemente ao mostrar como protegeu sua loja com uma comporta que barra a entrada da água. Com um vídeo que supera a marca de 7,4 milhões de visualizações no TikTok, ele afirma que o faturamento da loja cresceu 20% no último fim de semana.

Formado em educação física, Gion trabalhava com desenvolvimento de produtos para a healthtech Alice até que foi dispensado em um layoff que aconteceu em junho de 2023. Desempregado, ele passou a empreender por necessidade. Há sete meses, ele abriu a loja Sou Ice no bairro em que cresceu. A escolha do local se deu pelo fluxo de pessoas e por ser uma região de comércios.

“Eu moro no bairro há 30 anos. As enchentes são informação antiga, todo mundo daqui sabe, já tivemos cheias muito piores do que a que viralizou. Por mais que as enchentes sejam ruins, elas não chegam a inviabilizar o ponto”, comenta.

Na última sexta-feira (24/1), a capital paulista registrou 125,4 mm de chuva, o terceiro maior volume desde o início das medições pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em 1961. Em uma hora, entre 15h e 16h, choveu 82 mm, o maior volume já registrado para o período.

Sérgio Ricardo Lessa Ortiz, professor e coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Belas Artes, explica que o fenômeno das mudanças climáticas está impactando os registros históricos de chuva, o que dificulta a previsibilidade. Para ele, soluções como as comportas são emergenciais.

“A barreira ajuda a atrasar a entrada de água se for feita corretamente, com a vedação adequada, com cuidado na implementação e os cálculos necessários. Mas ela não resolve o problema das enchentes”, afirma.

O empreendedor colocou as comportas na entrada do estabelecimento dois meses depois da abertura. No Natal, Gion fez um vídeo mostrando o sistema de proteção e recebeu críticas: houve quem dissesse que a altura era baixa, duvidando que funcionaria. A publicação ultrapassou os 2 milhões de visualizações. Outra medida tomada pelo empreendedor foi comprar um gerador depois de ficar horas sem luz após um vendaval.

“Minha comporta tem 60 centímetros de altura. Na região do largo da Vila Prudente, onde as cheias são muito piores, as comportas têm mais de um metro. Praticamente todos os comércios do bairro têm a proteção, alguns há mais de 20 anos”, conta.

Ortiz, da Belas Artes, acrescenta que a altura necessária vai variar de acordo com o histórico das cheias na área em que o comércio se localiza. A sugestão dele é estudar a recorrência de enchentes na região, buscando dados públicos sobre o tema. Contratar um profissional para acompanhar a instalação também é recomendado, tendo atenção aos clientes atendidos anteriormente.

Gion afirma que começou a fazer vídeos para as redes sociais para criar conexão com o público. “Mais do que vender, eu quero contar histórias na internet. A premissa básica do marketing é falar sobre o que seu público quer escutar e eles não querem ouvir de sorvete, querem escutar sobre o que vivem, sobre o bairro. Quanto mais eu conectar a minha loja à região, melhor”, conclui.

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