Ele começou como empacotador e hoje tem empresa de energia que espera faturar R$ 67 milhões
Rodrigo Bourscheidt comanda a Energy+, rede de tecnologia de energias renováveis fundada há cinco anos no Paraná O paranaense Rodrigo Bourscheidt pode ser considerado um exemplo de como determinação e espírito empreendedor são capazes de transformar trajetórias pessoais. Sua jornada o levou da função de empacotador de supermercado, seu primeiro emprego formal, à de empreendedor no setor energético e sustentável. Hoje, ele comanda a Energy+, rede de tecnologia de energias renováveis criada há cinco anos e que projeta ultrapassar a marca de R$ 67 milhões de faturamento até o final de 2024.
A história de empreendedorismo do paraense de Toledo (PR), hoje com 35 anos, começou bem mais cedo. Aos nove, ele quis fazer bicos de jardinagem no contraturno da escola para não ter de pedir dinheiro à mãe, que criava os três filhos sozinha, trabalhando em salão de beleza.
“Eu via todo o volume de trabalho dela, cuidando também da casa, e não achava justo pedir presentes, jogos que eu gostava, dinheiro para as coisas que eu precisava”, diz. Essa visão moldou seu estilo também na adolescência, impulsionando-o a buscar independência financeira e possibilidades.
Aos 11, conquistou seu primeiro emprego fixo, apesar de informal, numa fábrica de chaveiros. Até os 16, foi pintor, servente de pedreiro e soldador. Assim que conseguiu oficialmente a carteira de trabalho, foi trabalhar num supermercado como empacotador, mudando as aulas para o período noturno.
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“Minha mãe sempre me incentivou a estudar e ter atividades extracurriculares. Aprendi violão e guitarra, participava de escolas de teatro e atividades da igreja. Com o dinheiro que recebia, comprei violão, guitarra, computador e, quando completei 18 anos, tinha reservas para tirar minha carteira de motorista, custear o início da faculdade, fazer algumas viagens e visitas técnicas pelo curso de administração que, infelizmente, acabei não concluindo”, relata.
Sem carteira de trabalho
Foi na maioridade que ele começou na área comercial de uma multinacional, onde permaneceu por três anos. Passou mais um ano como autônomo, vendendo cosméticos de outra multinacional com sede nos Estados Unidos.
A Energy+ não foi a primeira investida como empreendedor. A partir de 2015, Bourscheidt montou uma empresa de telefonia, fundou uma construtora e teve franquia no segmento óptico. Ainda cogitou criar uma revista em Maringá, cidade próxima, só que, antes mesmo do lançamento, abandonou a ideia. “Não tinha experiência, não soube desenvolver um bom plano de negócios. A revista não foi sequer publicada e acabaram os recursos disponíveis”, relembra.
Depois de se restabelecer financeiramente, em 2019, Bourscheidt e um colega, de quem já havia sido sócio em outra aposta, decidiram investir em energias renováveis. Coube a ele a parte do investimento, que somou R$ 200 mil no primeiro ano.
“Vi um mercado em expansão e um potencial significativo para impactar positivamente o meio ambiente”, argumenta. A Energy+ é alicerçada na promessa de inovação e sustentabilidade e se estabeleceu no mercado de geração distribuída.
Contas no vermelho
Em 2021, porém, Bourscheidt descobriu que o negócio não estava bem financeiramente, e precisou de um empréstimo no valor de R$ 400 mil para salvar a empresa. Depois de uma auditoria interna, ele adquiriu a outra parte da sociedade, tornando-se único dono.
Em pouco tempo, teve um salto no faturamento, que até então era de em média R$ 160 mil por mês. “Com acompanhamento diário, no primeiro mês faturamos R$ 940 mil; no seguinte, mais de R$ 1,2 milhão e, a partir daí, nunca mais reduzimos nosso volume de vendas. No segundo semestre de 2021, faturamos R$ 6,9 milhões”, afirma.
Por trás da guinada, segundo o empreendedor, houve a organização dos processos de gestão e foco no comercial. “Para cada setor, promovi quem mais estava preparado para a liderança, e essas pessoas passaram a reportar diretamente a mim”, relata.
Foram estabelecidas metas de custos e de vendas, organizadas equipes de instalação do produto e iniciado o processo de verticalização, alugando um barracão para o estoque próprio. “Deixei de comprar de distribuidoras, adquiri caminhões para a logística, empilhadeira para o estoque, com o objetivo de ficar cada vez mais independente de outras empresas do ecossistema. Isso foi fundamental para tornar a Energy+ mais competitiva”, afirma.
Hoje a empresa importa e armazena todos os produtos, fabrica a estrutura de fixação e entrega tudo instalado ao cliente, controlando, assim, toda a cadeia produtiva.
Abertura para franquias
Com a empresa estabilizada – três unidades próprias e, atualmente, faturando em torno de R$ 42 milhões –, Bourscheidt lançou no ano passado o modelo de franquias. “Estamos preparados para operar em qualquer lugar do Brasil”, garante. Até agora, são quatro franqueadas em funcionamento.
O modelo de negócio da Energy+ é focado em lojas físicas e no consumidor final, tendo o suporte de duas fábricas do grupo, que produzem estruturas de alumínio e concreto e eliminam a dependência de muitos parceiros. Cabe ao franqueado prospectar novos negócios e executar as instalações das placas fotovoltaicas no cliente.
O investimento inicial para abrir uma franquia gira em torno de R$ 150 mil, para uma loja de 120 m² a 150 m². Custos fixos e pró-labore são cobertos com vendas médias de R$ 135 mil.
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