Cora completa 5 anos e quer ampliar portfólio com foco em crédito e investimentos
Banco digital para PMEs comemora o marco de 1,4 milhão de clientes e aguarda licença do Banco Central para lançar produtos que trarão alternativas de monetização A fintech Cora, banco digital para pequenas e médias empresas, completa cinco anos nesta quinta-feira (27/6) e, após momentos turbulentos para aprumar o negócio em meio à escassez de capital de risco, com rodadas de demissões que dispensaram cerca de 100 pessoas, comemora uma nova fase ao atingir o marco de 1,4 milhão de clientes, com estimativa de crescimento de 50% na receita em 2024.
“Saímos da situação de preocupação com a sobrevivência do negócio [e do momento] de ser mais conservador para não colocar tudo em risco. Viramos essa página”, pontua Igor Senra, CEO e cofundador.
Ele afirma que cerca de 50 mil empreendedores se tornam clientes da Cora por mês – em torno de 30% deles chegam por indicação, principalmente de contadores que participam do programa Cora Aliado e conquistam recursos especiais para utilizar com os clientes, facilitando o trabalho diário. Mas ainda há espaço para crescer: a fintech atende apenas 5% das empresas brasileiras.
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Uma das estratégias para atrair novos clientes é lançar mais produtos. Se até 2023 a Cora oferecia apenas a conta digital e o cartão de crédito, agora a startup está investindo no desenvolvimento de novas soluções, como o cartão de crédito com limite definido, lançado recentemente e já disponível para 80% da base de clientes. O produto permite que os usuários reservem um limite da conta para fazer compras no crédito, no modelo 1 para 1: ao colocar R$ 200, terá o mesmo valor para gastar no crédito.
“No ano passado, quando precisamos mudar por causa do mercado, pegamos todo o nosso time de desenvolvedores e focamos no aumento de eficiência da empresa. Para isso, tiramos intermediários que ajudavam na emissão de boletos e Pix, por exemplo, deixando a nossa operação mais enxuta. Em 2024, depois de consertar a casa, vimos que tínhamos capacidade de produzir coisas incríveis e começamos a lançar soluções”, diz Senra.
A fintech pretende lançar seis produtos em 2024. As grandes apostas são as soluções de oferta de crédito – que contarão com as operações do cartão com limite definido como auxílio para mapear o comportamento do cliente – e de investimentos. Para isso, a Cora aguarda a atualização da sua licença junto ao Banco Central: atualmente uma Sociedade de Crédito Direto (SCD), a Cora entrou com o pedido para se tornar uma Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI) no fim de 2023. A expectativa é que a aprovação venha nos próximos meses.
Com a possibilidade de disponibilizar opções de investimentos para os clientes, a Cora ganhará uma nova fonte de monetização. “Será basicamente o CDB da Cora. Quando olhamos o perfil do nosso cliente, faz mais sentido ser um investimento de baixo risco, mais conservador, com remuneração para o saldo parado. Ele não pode perder o dinheiro que é utilizado para o caixa da empresa”, declara.
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Com o fortalecimento do portfólio, a Cora está mais próxima do ponto de equilíbrio. Segundo Senra, a fintech registrou resultado positivo em abril, mas ainda não houve estabilização para declarar que estão oficialmente em breakeven, porque o investimento ainda é alto em aquisição de clientes. “Estamos optando por continuar crescendo e isso custa dinheiro. Ainda temos muita oportunidade e temos de tomar decisões que achamos melhores para a longevidade do negócio”, afirma.
Senra acrescenta que o runway é longo. Com investidores como Kaszek, QED, Ribbit, Greenoaks, Tiger e Tencen no captable, a Cora levantou US$ 152 milhões ao longo da trajetória. Agora, o foco é buscar novas fontes de funding, como Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e securitizações, para sustentar a operação de crédito.
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