Como integrar o ser ao fazer?

A palavra equilíbrio é muito mais do que apenas um conceito. Na verdade, ela revela um potencial poderoso de
gestão de polaridades. Se desejamos avançar na agenda do desenvolvimento sustentável, é crucial compreender e lidar com as polaridades existentes. Ao longo dos últimos anos, temos buscado avançar em direção a essa agenda, eu mesma participei e contribuí em alguns projetos e intervenções nesse sentido.

No entanto, foi somente recentemente que conheci o movimento dos objetivos de desenvolvimento interno, IDGS (ou em inglês inner development goals).  O movimento IDG que está chegando forte no Brasil é aberto e colaborativo e trouxe um foco para desenvolvimento do ser. O foco é desenvolver nossa capacidade interior para lidar com nosso ambiente e desafios cada vez mais complexos.

Como buscar um ponto de equilíbrio, quando tudo em volta parece um caos e estagnação?

É importante compreender que ser e fazer não são necessariamente opostos ou uma escolha a ser feita. 

Polaridades são situações em que duas ideias ou valores aparentemente opostos coexistem e são necessários para alcançar um equilíbrio saudável. Navegar em polaridades é uma capacidade muito importante para as lideranças nas organizações, inclusive nas organizações sociais. 

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Lidar com as polaridades na vida e nas organizações é um desafio contínuo, mas extremamente necessário. Trazer o desenvolvimento do ser (capacidades de ser, pensar, relacionar e agir) precisam ser abraçadas para conseguirmos avançar na agenda do desenvolvimento sustentável. E por que negligenciamos essa parte no processo de fazer?

No terceiro setor, ainda vemos o desenvolvimento das pessoas e lideranças como custo. Faltam recursos para investir no que temos de mais importante: as pessoas. E os desafios da gestão são crescentes. 

É necessário reconhecer que ambas as partes de uma polaridade são importantes, assim como a busca por um equilíbrio dinâmico, em vez de optar por um extremo ou outro. O sucesso da gestão está em abraçar as polaridades e encontrar soluções que permitam maximizar os benefícios de ambos os lados.

Nesse sentido, o planejamento é importante, mas também é essencial distinguir entre o tempo dedicado ao planejamento e o tempo dedicado à ação, bem como criar espaços para encontros e reflexões, para avançarmos nas agendas que trabalhamos. Uma forma de fazer isso é criar rituais, ou seja, momentos de reflexão, de aprendizagem e até mesmo encontros da equipe sem agenda. Não esqueçam que o maior ativo das organizações são as pessoas.


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