Com sócio bielorrusso, empreendedor aposta em autoatendimento no WhatsApp e espera faturar R$ 50 mi | Ideias de negócios

Foi por meio de uma postagem na UpWork, plataforma que faz a ponte entre profissionais freelancers e clientes, que nasceu a Botconversa, empresa de autoatendimento pelo WhatsApp, idealizada pelo brasileiro Thiago Lopes. Quatro anos atrás, ele “encontrou” ali o programador Ilya Borodin, da Bielorrússia. Com R$ 30 mil no bolso, uma ideia na cabeça e mãos para executá-la, criaram o negócio, que prevê faturamento de R$ 50 milhões neste ano.

Lopes havia feito a proposta de pagar US$ 5 mil para um programador criar seu MVP (Produto Viável Mínimo). “Meu projeto era criar uma ferramenta de atendimento automático, um chatbot para o WhatsApp, focada principalmente em pequenos e médios negócios”, conta Lopes.

À época, Borodin era um programador de 21 anos, “um gênio” nas palavras do sócio. A ideia de pagar pelo serviço foi substituída pela proposta de sociedade, aceita pelo bielorrusso. Além do dinheiro disponível, Lopes contava com uma base de 2,5 mil alunos de um curso em que ensinava como usar ferramentas gringas, também para empresas de pequeno e médio portes.

Dez dias depois, em agosto de 2020, o brasileiro se mudou temporariamente para Minsk, capital da Bielorrússia. Alugou uma casa onde Borodin, Ilya Melnik e Anthony Demidovich, colegas da faculdade do programador, se isolaram para desenvolver o BotConversa.

“Não tínhamos como pagar o serviço dos amigos, mas pagávamos o almoço. Eles toparam participar porque queriam uma experiência fora do que a faculdade oferecia”, conta. Hoje, os convidados também são sócios. Tanto Lopes como Borodin detêm 40% da sociedade, enquanto Melnik possui 15% (ele é o Head de Front-End), e Demidovich, 5%.

Lopes permaneceu 30 dias na Bielorrússia. O BotConversa foi lançado oficialmente em dezembro de 2020, mas, de volta ao Brasil, as seis horas de diferença de fuso começaram a atrapalhar, justo no estágio inicial da empresa.

Por isso, o brasileiro embarcou para uma nova temporada no leste europeu em janeiro de 2021, permanecendo ali por um trimestre. A proximidade facilitou a comunicação e acelerou o desenvolvimento da ferramenta.

Um ano depois, com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, a situação no país vizinho começou a ficar instável. Borodin se mudou para a Turquia, enquanto Melnik e Demidovich foram para a Polônia. Lopes passou outros três meses em Istambul com o principal sócio.

Na sequência, Borodin veio para o Brasil pela primeira vez e, atualmente, está regularizando seu pedido de residência no país, enquanto os outros seguem em território polonês.

Desde sua fundação, o BotConversa experimentou um crescimento notável, saindo de R$ 1,2 milhão em faturamento em 2021, para R$ 11 milhões em 2022, e alcançando R$ 26 milhões em 2023. A projeção para 2024 é de R$ 50 milhões. Atualmente, a empresa conta com mais de 26 mil WhatsApps conectados e uma equipe que também só cresce, passando de 8 pessoas em 2021 para 55 em 2024.

A ferramenta permite criar atendimentos automáticos e instantâneos no WhatsApp, enviando textos, imagens, arquivos, áudios e vídeos de forma automática para os clientes. Inclui funcionalidades como botões interativos, coleta de dados, bate-papo ao vivo com múltiplos atendentes e disparos de mensagens em massa.

Os planos oferecidos são o Starter (R$ 199 ao mês) e o Pro (R$ 297 ao mês). A empresa também possui um programa de afiliados que oferece 30% de comissão por venda realizada.

Lopes e Borodin estão à frente de um novo produto, o BlinkChat, focado em automação para o Instagram. O empreendedor acredita que a nova ferramenta, aliada à experiência adquirida, permitirá à empresa conquistar rapidamente o mercado de automação para redes sociais. “É nossa menina de ouro. Estamos apostando e investindo pesado para ganhar mercado rapidamente”, diz.

O brasileiro decidiu empreender após abandonar o curso de Engenharia de Produção no sétimo período. O BotConversa foi sua quarta empreitada. A primeira, em 2016, envolvia um programa online de treinos físicos de alta intensidade para serem feitos apenas com o peso do corpo, em que era sócio de um personal trainer.

“Como eu não tinha muita experiência, não soube monetizar da forma certa e o negócio não foi pra frente, mas foi durante esse negócio que o Facebook lançou chatbots para seu aplicativo de mensagens e eu aprendi tudo sobre chatbots”, revela.

O segundo negócio do empreendedor foi comercializar serviços de criação de robôs para pequenos, médios negócios e grandes negócios. Depois, surgiu a ideia de vender cursos para ensinar as pessoas como explorar os chatbots na rede social com ferramentas estrangeiras.

“Foi nessa empreitada que vários clientes chegaram para mim dizendo que amavam o robô, mas queriam alguma alternativa para o WhatsApp. Foi assim que nasceu o BotConversa”, finaliza.

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