Com apoio de programa da ApexBrasil, empresa de biocosméticos de SC passa a exportar para Europa e Ásia | Exporta Brasil

Mas não foi do dia para a noite que o negócio conseguiu atravessar fronteiras. “Primeiro retirei os corantes e essências sintéticas. Depois conheci novas matérias-primas orgânicas, criei novos cremes e comecei a aumentar as vendas”, relembra Sueli.

Até que, um dia, ela entrou em contato com o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e passou a almejar a entrada no mercado internacional. “O PEIEX foi o começo de tudo. Por meio dele a gente aprendeu a negociar, quais os sites para consultar, embalagens, preços… E logo depois as vendas internacionais começaram”, explica ela.

O PEIEX tem como objetivo ajudar empresas, inclusive as micro e de pequeno porte, a darem a largada no processo de exportação de forma planejada e segura. A iniciativa é implementada em todas as regiões do país, a partir de parcerias da ApexBrasil com instituições de ensino (universidades, parques tecnológicos ou fundações de amparo à pesquisa) e federações de indústria. Chamadas de entidades executoras do programa, elas são responsáveis pela aplicação da metodologia do PEIEX na qualificação de empresas.

Atualmente, ofertando mais de 60 itens para o rosto, corpo e cabelos, Sueli faz questão de lembrar que cada etapa rumo ao exterior foi cuidadosamente planejada com o apoio da ApexBrasil. “Foi gradual. Passo a passo, mas de forma constante”, destaca ela. “A Europa compra da gente de olho fechado”, acrescenta a empresária, que comemora já ter atravessado o mundo com seus biocosméticos: “Hoje, o maior contrato que a gente tem é com o Vietnã”.

Status “tipo exportação”

São muitos os benefícios econômico-financeiros de uma empresa que rompe as fronteiras nacionais e conquista o status “tipo exportação”, como explica Clarissa Furtado, gerente de Competitividade da ApexBrasil: “A exportação diversifica as fontes de receita. Ao serem expostas a uma concorrência internacional, as empresas aprimoram o produto e se tornam mais competitivas até dentro do mercado interno. Ela vai ser exposta a produtos sofisticados. Então, terá que demonstrar ao mercado que tem qualidade. Isso muitas vezes exige melhoria do produto, dos processos, do design e até da gestão interna”.

“As empresas que exportam inovam mais, têm melhoria na marca e acabam empregando melhor, pagando melhores salários. São muitos impactos positivos”, analisa ela.

Na avaliação de Clarissa, capacitação é a palavra-chave na hora de exportar, com o PEIEX sendo a porta de entrada para o mercado externo. “É mais uma consultoria do que um curso, com acompanhamento individualizado. Por meio desse programa, o empreendedor encontrará respostas às mais diversas dúvidas que surgem ao pensar em exportar”, afirma gerente de Competitividade da ApexBrasil.

De acordo com Clarissa, uma das primeiras decisões que a empresa que deseja exportar precisa tomar, por exemplo, é a definição do produto que será vendido para fora do país. “A empresa pode ter uma linha grande, mas deve definir em qual produto irá apostar”, explica ela.

Em seguida, é preciso observar o registro do produto e o código dele no sistema internacional de nomenclaturas. Superada essa etapa, é hora de escolher o mercado apropriado. “Cada país tem características diferentes. É preciso conhecer as diferenças e adaptar o produto às exigências, para depois realizar o planejamento das ações, com a questão logística e o despacho de mercadorias”, pontua a especialista.

O PEIEX é o carro-chefe da ApexBrasil, de acordo com Jorge Viana, presidente da agência. O executivo destaca que a iniciativa capacita gratuitamente as pequenas empresas interessadas em começar a exportar, desde o passo zero até ela estar pronta para fazer negócio com outros países.