Caliza, de pagamentos internacionais, levanta R$ 45,7 milhões para ampliar as operações | Startups
A Caliza, fintech de pagamentos internacionais para empresas, anuncia nesta segunda-feira (15/7) a captação de uma rodada pré-Série A de R$ 45,7 milhões (US$ 8,5 milhões). A injeção financeira foi liderada pela Initialized Capital, firma de venture capital do Vale do Silício, e acompanhada por New Form Capital, Abstract Ventures, Class 5 Global, Quona, Kraynos Capital e Digital Currency Group.
A rodada também contou com o apoio de investidores-anjo como Doug Scherrer, CFO do Nubank, Lucas Lima e Alex Liuzzi, fundadores da Remessa Online. “A captação foi mais bem-sucedida do que antecipamos. Inicialmente buscamos levantar dois milhões de dólares para expandir a nossa tese agora que aprendemos bastante sobre ela. Existe uma animação sobre a indústria de tecnologia no Brasil e existe uma oportunidade desse negócio se tornar global”, pontua Ezra Kebrab, CEO e fundador da fintech.
Segundo o empreendedor, a ideia foi trazer para o captable nomes que tivessem experiência com o mercado de infraestrutura financeira, além de executivos com bagagem empreendedora no Brasil, que tivessem passado por situações semelhantes.
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A Caliza oferece uma solução para que empresas brasileiras façam transações internacionais a partir do uso de stablecoins, como a USDc (indexada ao dólar), e possibilita o acesso a contas digitais reguladas em dólar. A fintech se posiciona como uma alternativa mais rápida e barata para a liquidação de transferências financeiras entre países, substituindo o pagamento que pode levar até uma semana por algo instantâneo.
Quando começou a operar, em setembro de 2023, a fintech oferecia sua tecnologia no formato white label, para que instituições financeiras possibilitassem que seus clientes fizessem as transferências internacionais. Agora, a startup notou uma mudança no perfil dos interessados pelo serviço. Kebrab não divulga o nome dos clientes, mas entre os casos de uso estão e-commerces, corporações globais com subsidiárias em diferentes países e empresas com fornecedores internacionais.
“Estamos vendo interesse de quem precisa enviar dinheiro instantaneamente para pagar fornecedores ou receber pagamentos de clientes de outros países. Essas empresas precisam fazer as transferências rapidamente para não impactar seus negócios. A nova captação vai ajudar a expandir o atendimento a elas”, afirma. Ele projeta que, ao completar o primeiro ano de atuação, a fintech terá processado US$ 900 milhões em pagamentos.
A rodada será direcionada para três frentes. Uma delas é a ampliação do time no Brasil, que deve sair de 10 para 15 funcionários até o fim do ano, com contratações nas áreas jurídica, engenharia e operações. “Queremos crescer em volume, existem muitas oportunidades interessantes, mas temos que ser cautelosos de que estamos trazendo apenas clientes cuidadosamente avaliados para mostrar os nossos esforços contra tentativas de lavagem de dinheiro”, pontua.
O capital também será destinado para garantir as licenças regulatórias para operar no país e desenvolver produtos, com foco em uma dashboard para capturar clientes sem times de engenharia – até o momento, a fintech operava por API.
Inicialmente prevista para o começo deste ano, a expansão para o México foi adiada para o fim do terceiro trimestre. “Escolhemos o México porque existe uma demanda pela prática de nearshore com os Estados Unidos. Há muitas fábricas ali com fluxo constante de transferências financeiras entre os países, com prazo de pagamento de 90 dias e mais uma semana para completar a transação. O timing é essencial para essas empresas”, afirma.