BossaBox, startup de ‘squads como serviço’, chega ao ponto de equilíbrio
Com a escassez de capital no mercado, empresa focou no crescimento da base de clientes e projeta uma receita três vezes maior em 2024 do que no ano passado A BossaBox, startup de alocação e gestão de squads de tecnologia para empresas, chegou ao ponto de equilíbrio em janeiro de 2024. O resultado foi consequência de uma mudança de rota depois de sua última captação. No azul desde então, a startup aumentou a base de clientes em 50% ano a ano, atraindo contas como Bayer, CRMBônus e SumUp, e projeta chegar ao fim de 2024 com o triplo da receita anual de 2023.
Quando a BossaBox levantou uma rodada bridge de US$ 1,5 milhão, em abril de 2022, a empresa estava crescendo sem dificuldades, mas de forma ineficiente. Na época, André Abreu, fundador e CEO, chegou a afirmar que a startup havia captado mais do que o necessário para ter mais conforto em um período mais incerto, mas a ideia era voltar ao mercado em 2023.
“Se a gente fosse captar, caso conseguisse, provavelmente os termos não seriam tão bons para a empresa e a gente vinha de rodadas com o mercado aquecido para startups. Nem ameaçamos captar, retomamos o foco na operação. Um dia podemos voltar, mas vamos esperar melhorar”, conta o empreendedor.
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A BossaBox havia chegado ao ponto de equilíbrio outra vez, no início da pandemia, com o crescimento da demanda por digitalização dentro das empresas. Mas o breakeven durou pouco: a startup tinha uma rodada engatilhada para três meses depois e voltou a queimar caixa para continuar crescendo.
Agora, o desafio era manter a trajetória positiva e andar por conta própria, mas o cenário macroeconômico não facilitou: os juros altos levaram as empresas a buscarem eficiência, colocando a pauta de inovação para escanteio. A saída foi mudar a forma como os potenciais clientes viam a BossaBox, mostrando o payback em curto prazo, e estruturar a máquina de vendas.
“Mudamos a comunicação, focando menos em grandes inovações e mais em vitórias rápidas de curto prazo, que geram impacto. Além disso, antes a gente dependia muito de indicações para as vendas, usava fontes não proprietárias para gerar demanda, mas liderei o movimento de começar a nossa própria máquina de vendas e de manter um atendimento estruturado no pós-venda”, afirma.
Fundada em 2017, a BossaBox monta e gerencia times de tecnologia, produto e design sob demanda para os clientes que precisam criar produtos digitais. A criação dos squads acontece a partir das dores das empresas e a alocação das equipes ocorre em até 10 dias. Segundo Abreu, a startup opera com pelo menos 300 profissionais prontos para entrar em projetos.
“Temos alguns critérios internos que utilizamos para a qualificação, com testes, e hoje as únicas pessoas com contrato com a BossaBox são profissionais sêniores que seguem a nossa metodologia de entrega de produtos”, pontua.
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Ao longo da trajetória, a startup desenvolveu mais de 140 produtos para mais de 100 médias e grandes empresas. A contratação do serviço da BossaBox funciona por recorrência, com pagamento mensal baseado no custo da equipe alocada. Parte desse valor é retido pela startup antes de ser repassado aos profissionais. O faturamento não foi divulgado.
Abreu nota um amadurecimento das empresas sobre a pauta de inovação, com demanda para que haja uma conexão clara com o resultado do negócio. “Antes a inovação era pouco incremental, mas hoje todos estão conscientes de que a tecnologia e a inovação devem servir ao negócio, ter impacto em receita, eficiência e relacionamento com o cliente”, opina.
Uma nova captação não está descartada, mas o fundador diz que ainda está debatendo quais passos dar com a startup para justificar a injeção de capital, que pode acontecer na segunda metade de 2025. Um caminho é certo: internacionalizar a operação, algo que a startup já considerava antes do breakeven.
Por sugestão dos investidores – a startup tem Redpoint eventures e Astella no captable –, a estratégia é criar relacionamento com os clientes que já estão na base e têm operação internacional para conseguir os primeiros projetos, com foco na Alemanha e nos Estados Unidos no primeiro momento.
“Caminhamos de forma cautelosa. Estamos focados no mercado brasileiro, mas pegando clientes para entender se podemos agregar aos times internacionais. Um dia teremos de levar a operação para fora para alcançar a escala global”, finaliza.
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