Betterfly reúne líderes de RH para abordar o esgotamento profissional e o alinhamento de propósitos
Evento em São Paulo destaca estratégias de bem-estar e alinhamento de propósitos para colaboradores.
Em um momento crucial para a saúde mental no ambiente de trabalho, a Betterfly, plataforma personalizada de seguros com benefícios e impacto social, promoveu o evento Recursos e Negócios mais Humanos, em São Paulo, reunindo líderes de RH de diversos segmentos da indústria. A abertura foi marcada pela participação de Cristóbal della Maggiora, Co-Fundador e Presidente da Betterfly, que destacou a urgência de enfrentar a normalização do esgotamento profissional, ou burnout, que afeta milhões de brasileiros.
“Com 18 milhões de pessoas sofrendo de ansiedade e o Brasil sendo o segundo país com maior índice de burnout, é inaceitável continuar com as práticas de trabalho atuais”, afirmou della Maggiora.
O executivo apresentou dados que reforçam a necessidade de uma reformulação urgente no ambiente de trabalho. São eles: 30% dos colaboradores sentem que suas empresas apoiam os cuidados psicológicos, enquanto 62% não veem seu propósito individual alinhado ao da organização. Além disso, três em cada quatro pessoas consideram mudar de emprego devido à insatisfação com o ambiente laboral.
“É essencial que as empresas repensem como podem apoiar efetivamente a saúde mental de seus times e alinhar os propósitos da organização com os de seus colaboradores para criar uma força de trabalho engajada e satisfeita”, enfatizou.
Segundo della Maggiora, diante deste cenário, o encontro com as lideranças de RH representa um passo significativo na conscientização e na mudança das normas corporativas. Com insights e ferramentas para implementar mudanças positivas em suas organizações, a busca de gestores para combater o burnout e melhorar a satisfação no trabalho se torna tangível.
A jornalista Izabella Camargo chamou a atenção para uma realidade no ambiente corporativo moderno: a segurança psicológica. A palestrante começou seu painel ressaltando que a segurança psicológica é a crença compartilhada pelos membros de uma equipe de que o ambiente de trabalho é seguro para assumir riscos. Segundo ela, essa cultura de segurança não apenas permite, mas incentiva a liberdade de expressão e a experimentação sem o medo de retaliações.
“A possibilidade de manifestar ideias não populares, confrontar autoridades quando necessário, e engajar em conflitos produtivos sem temores são indicativos de um ambiente saudável e aberto ao crescimento.”, explicou Camargo, sublinhando também que, em ambientes onde prevalece a segurança psicológica, há uma maior propensão ao compartilhamento e ao feedback construtivo, elementos que são essenciais para a criação de uma cultura de inovação contínua. A palestrante encorajou as empresas a cultivarem espaços que valorizem a confiança e a boa vontade entre colegas e gestores.
A mensagem foi um chamado à ação, endereçada a líderes empresariais que buscam não só aumentar a produtividade, mas também melhorar o bem-estar geral de seus colaboradores. A importância de se construir uma cultura organizacional que permita erros e aprendizados sem retaliações foi um dos pontos mais discutidos. “Os espaços para aprender com os erros são fundamentais para o avanço técnico e pessoal dentro das empresas, servindo como alicerce para a inovação verdadeira” , complementou Izabella Camargo.
A programação do dia seguiu com a apresentação e análise de estudos de caso em que práticas de segurança psicológica resultaram em melhorias significativas nos resultados das empresas. Foram citadas algumas organizações que, ao adotarem estas práticas, não só viram um aumento na satisfação e engajamento dos funcionários, mas também observaram um crescimento notável em criatividade e eficiência.
Izabella traz uma nova proposta no cenário da saúde ocupacional: os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) da Saúde Mental. Este conceito inovador visa equipar os trabalhadores com ferramentas necessárias para proteger sua saúde mental, assim como os EPIs físicos protegem contra riscos físicos no local de trabalho.
A responsabilidade pela criação e implementação desses EPIs da Saúde Mental é compartilhada: recai tanto sobre os CNPJs, isto é, as empresas, quanto sobre os CPFs, ou seja, os próprios trabalhadores. “Todos têm direitos e deveres quando se trata de saúde mental no ambiente de trabalho”, afirmou,, reconhecendo o fenômeno do “presenteísmo” — quando o trabalhador está presente, mas não totalmente produtivo devido a questões de saúde mental — e evitando o “absenteísmo”, que ocorre quando os empregados faltam ao trabalho por essas mesmas questões.
“É necessário um ambiente de trabalho onde a saúde mental seja tão protegida quanto a física,” afirma. A proposta tem gerado discussões importantes sobre como as empresas podem integrar essas práticas no dia a dia e quais seriam os “equipamentos” ou práticas recomendadas que constituem os EPIs da Saúde Mental. Essas podem incluir programas de apoio psicológico, treinamentos de resiliência, políticas de desconexão fora do horário de trabalho, e ambientes de trabalho que promovam o bem-estar. Ao equipar os trabalhadores com os meios para cuidar de sua saúde mental, Izabella Camargo espera que mais empresas reconheçam a importância de um ambiente de trabalho saudável não apenas para a produtividade, mas também para o bem-estar geral dos empregados.
Um painel de trocas deu sequência ao evento, com a presença de Roberta Ferreira, Diretora Global de Marca e Experiência na Betterfly, e Mauro Mariz, executivo do Instituto Capitalismo Consciente Brasil. O debate focou na importância da segurança psicológica e do bem-estar dos colaboradores nas empresas.
Mauro Mariz destacou a necessidade de equilíbrio e saúde mental para o sucesso nos negócios, ressaltando que empresas que ignoram a humanização e não colocam as pessoas no centro de suas estratégias estão destinadas ao fracasso. “Vivemos um momento de transformação onde o foco deve estar nas pessoas”, afirmou.
Roberta Ferreira apresentou detalhes do movimento Recursos Mais Humanos, lançado recentemente pela Betterfly, em que a empresa convida, por meio de uma carta aberta, os profissionais de RH a renunciarem a práticas obsoletas de recursos humanos. A carta critica a normalização do burnout e pacotes de benefícios engessados e ineficazes, propondo uma nova abordagem focada no bem-estar dos colaboradores. A ação também incluir convidar profissionais de todos os setores a contribuírem com suas experiências, visando moldar um novo paradigma em recursos humanos que realmente priorize o desenvolvimento humano. Pontos reivindicados no documento de renúncia incluem a oferta de salário emocional, engajamento para fomentar um verdadeiro senso de comunidade.
A diretora de Brand da Betterfly enfatizou, ainda, a importância de oferecer benefícios hiperpersonalizados às equipes, para que os colaboradores sintam, de fato, suas necessidades individuais atendidas e vejam valor nos benefícios entregues. A solução da Betterfly incentiva, ainda, hábitos saudáveis entre os colaboradores, numa experiência gamificada que permite a criação de comunidade e o engajamento entre áreas. Ela também pontuou que o investimento em bem-estar não apenas melhora a qualidade de vida dos colaboradores, mas também se traduz em lucro para as organizações.