Empreendedora cria negócio de brindes personalizados que atende artistas e fatura R$ 2 milhões | Mulheres Empreendedoras
Quando iniciou o seu negócio de produtos estampados, em 2007, Patricia Laselva pensava que tocaria essa atividade sozinha, pelo resto da vida. Contudo, a Dragee Brindes Personalizados atingiu um tamanho que a empreendedora jamais imaginou: a empresa conta hoje com nove funcionários, que fazem as lembrancinhas de cerca de 120 festas por mês. O negócio já criou estampas para famosas como Ivete Sangalo, Simone Mendes, Anitta e Beyoncé e fatura hoje R$ 2 milhões.
Segundo a empreendedora de 49 anos, a empresa se destaca pelo atendimento, fazendo com que os próprios consumidores indiquem o seu serviço. “Criamos um relacionamento com o cliente porque passamos meses negociando os detalhes das artes para as festas”, afirma a empreendedora. “Também fazemos eventos corporativos, mas nesse caso os prazos são curtos. O cliente pede hoje e quer a entrega em no máximo 10 dias.”
A Dragee Brindes Personalizados é responsável pelas estampas, mas os produtos que levam costura (como mochilas, necessaires e estojos) são feitos por empresas terceirizadas. Dos R$ 2 milhões faturados em 2024, 80% vieram das festas, e o restante, de eventos corporativos.
Nascida na cidade de São Paulo, a empreendedora seguiu carreira na área de moda antes de ter o seu próprio negócio. “Trabalhei no chão de fábrica de confecções. Depois, virei representante comercial de uma fábrica de jeans, vendendo para outras marcas”, diz Laselva, que também é formada em Publicidade, mas nunca trabalhou na área.
O empreendedorismo surgiu como uma necessidade, após o nascimento da primeira filha. “Devido à necessidade de amamentar, eu não conseguia sair para fazer atendimentos e tive que diminuir o ritmo. Quando voltei, tinha dois ou três clientes”, diz Laselva, que optou por criar um negócio próprio.
A Dragee Brindes Personalizados surgiu para vender produtos estampados com fotos escolhidas pelo cliente. “Hoje são itens achados com facilidade, mas não eram tão comuns em 2007”, afirma. “As mães gostam de comprar algo, como uma necessaire, com a imagem do filho.”
Segundo a empreendedora, as festas começaram de maneira orgânica, quando clientes pediam itens personalizados para lembranças de festas infantis. “Vi que era um mercado com potencial”, afirma a empreendedora, que em 2009 já recebeu um grande pedido.
“Uma pessoa que revendia meus produtos me ligou e perguntou se eu toparia realizar um trabalho para a festa de 80 anos da Hebe Camargo”, conta. Então, Laselva desenvolveu almofadas, guardanapos e outros itens customizados com a imagem da apresentadora, que faleceu em 2012.
O aumento da demanda, porém, exigiu mudanças na operação. “Quando eu fazia produtos estampados com foto, era um ou dois para cada cliente. Já as lembrancinhas das festas podem chegar a centenas, então investi em maquinário e contratei pessoas.”
Também foi necessário mudar para uma casa maior para acomodar a produção.
O atendimento às celebridades foi acontecendo de forma gradual. “Meus produtos chegam até elas por indicação ou por meio de decoradores que ficam responsáveis por toda a festa e contratam os fornecedores”, afirma.
Foi dessa forma que, em 2012, Laselva desenvolveu almofadas personalizadas para o show da cantora Beyoncé. “Uma decoradora aqui do Brasil montou o camarim e levou os itens para decorá-lo”, diz. Depois veio Ivete Sangalo, em 2017 — a cantora é sua cliente até hoje.
Em 2020, na primeira semana da pandemia, Laselva não sabia como o seu negócio ficaria, já que os eventos presenciais estavam impedidos de acontecer. Pouco depois, ela começou a desenvolver máscaras — a cada produto vendido, outro era doado. “Vendi mais 25 mil máscaras. Foi uma loucura porque eu trocava as estampas toda semana”, afirma.
Então, as festas em casa para poucas pessoas se tornaram uma tendência. “Fazíamos kits para mandar para as casas dos convidados, mesmo em encontros virtuais”, afirma Laserva, acrescentando que os clientes estavam mais dispostos a gastar com seus produtos — já que não teriam que desembolsar o valor do bufê, por exemplo.
“No final do ano, as empresas também fizeram kits para mandar para cada um dos colaboradores. Cheguei a fazer 3 mil kits para uma única empresa.”
Ela diz que o negócio cresceu cerca de 20% durante a pandemia.
A empreendedora segue otimista para os próximos anos. “O mercado de festas no Brasil está sempre em crescimento, então quero expandir”, diz Laserva. Um dos planos é ter um site voltado ao varejo. “Os clientes querem poder dar os meus produtos de presente também.”
Outro objetivo é diversificar seus brindes, inserindo caixas de cartonagem e acrílico.
