Para dar visibilidade a mães negras empreendedoras, elas criaram um marketplace exclusivo | Mulheres Empreendedoras
A plataforma, exclusiva para mães pretas, pardas, indígenas, imigrantes e refugiadas existe desde 2020 e atuava como uma vitrine digital, mas será transformada em um marketplace no dia 28 de fevereiro, com o objetivo de dar visibilidade para essas empreendedoras. Agora, as compras poderão ser finalizadas dentro do site.
Até o momento, 30 mulheres estão cadastradas para atuar em categorias como vestuário, artesanato, joias e serviços como terapia e massagem — a meta é finalizar o ano com 200 empreendedoras na plataforma. “Ao apoiar essas mães, estamos também impactando suas famílias e comunidades, criando um círculo de impacto social positivo que vai muito além do empreendedorismo”, conta Silwa, CEO da Compre.
A plataforma cobrará uma mensalidade de R$ 29,90 e uma taxa de 12% a 16% por venda, mas o objetivo é que essa porcentagem diminua ao longo do tempo. “Vamos conseguindo investimentos e, consequentemente, diminuindo as taxas. Queremos que as empreendedoras consigam vender, que a gente também consiga receber, mas sem preços abusivos”, diz Silwa.
“Os espaços eram majoritariamente brancos, sentia falta de representatividade”, conta Silwa. “A maternidade era muito latente, fazia muito sentido para nós trazermos essa comunidade. Sabemos que ao mesmo tempo que ser mãe é difícil e solitário, é também potente, e ter uma rede aumenta essa força”, acrescenta.
Um ano depois, com o investimento inicial de R$ 1,5 mil emprestado de uma amiga, a marca criou um site, que era uma espécie de vitrine digital para conectar empreendedoras que fossem mães pretas, pardas e afro-indígenas a clientes — os interessados eram direcionados para os meios de contato das cadastradas. A plataforma transacionou R$100 mil em vendas em quatro anos.
Para manter o projeto, as duas contaram com apoios pelo caminho. Primeiro, uma amiga investiu R$ 20 mil. Depois, ganharam R$ 40 mil por meio do edital Vaitec, da Prefeitura de São Paulo. Para o desenvolvimento do marketplace, a marca contou com o auxílio da ONG Bem te Vi que doou R$ 200 mil em 2024, e doará mais R$ 150 mil neste ano.
“Nós estamos auxiliando as empreendedoras para a migração de plataformas. Estamos dando cursos, ensinando sobre a loja online, como inserir produtos e como enviá-los. Não é só colocá-los no marketplace, se não, seríamos mais uma plataforma. O nosso maior cuidado é para que este não seja mais uma carga para uma mãe que já tem uma carga grande diariamente“, diz Miller.