Shein chega a 30 mil vendedores no Brasil e expande marketplace para SC | Negócios
A gigante internacional Shein vai expandir seu marketplace local em 2025 — começando pelo estado de Santa Catarina, com foco nas cidades de Blumenau, Joinville, Florianópolis, Brusque e Itajaí. A empresa, que divulgou ter batido a marca de 30 mil vendedores no país, espera chegar também aos estados de Goiás, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e ao Distrito Federal ainda neste ano.
O Brasil foi o primeiro país a receber um marketplace local da empresa chinesa, lançado aqui há 1 ano e 11 meses. Hoje, 60% das vendas da empresa no país são feitas por vendedores brasileiros. A meta é que a porcentagem chegue a 85% até o final de 2026. A previsão é fechar este ano com um número entre 40 mil e 50 mil sellers.
“São vendedores que demonstraram capacidade de criar produtos de moda diferentes e competir com itens oriundos da China”, diz Felipe Feistler, country manager da Shein no Brasil. “O marketplace supre demandas de tendências que só podem ser atendidas por quem vive aqui.”
Os sellers devem estar sediados em estados em que a empresa opera, mas vendem para consumidores de todo o Brasil. “Quando falamos que estamos chegando a um estado, significa que a logística [da Shein] está chegando ao vendedor.”
Essa cadeia é gerenciada em colaboração com os parceiros. A empresa oferece opções de coleta diretamente nos pontos de venda ou por meio de pontos de drop-off.
Cerca de 75% dos produtos do marketplace no Brasil são produzidos localmente. Segundo Feistler, os vendedores passam por um processo de triagem para serem aceitos na plataforma. Os negócios devem ter CNPJ ativo e estar em conformidade com a legislação tributária brasileira. Também é preciso comprovar a qualidade e a autenticidade dos produtos comercializados.
A empresa está otimista com a chegada a Santa Catarina — onde já tem aproximadamente 600 sellers. Segundo o executivo, a Shein recebeu contato de postulantes a vendedores interessados em estar na plataforma. A expectativa é chegar a mil lojas no estado até o final de março.
“Além de ser um estado com alto PIB e presença representativa na confecção de moda, tem a proximidade com São Paulo, onde fica nossa central logística”, afirma. “Isso é importante para a nossa estratégia de diminuição de custos e para servir mais rapidamente os nossos clientes.”
Em 2024, o marketplace chegou aos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.
Feistler ainda diz que a expansão é uma forma de abarcar “a diversidade cultural do Brasil”. “Ter presença regional é muito importante para nós e está relacionada ao comportamento da Geração Z, que quer expor sua individualidade por meio da moda”, afirma o executivo. “O consumidor não se contenta mais com poucas opções.”
A Shein possui escritórios em 19 países e app em 50 idiomas. No mundo todo, a empresa lança cerca de 10 mil novos produtos. O escritório no Brasil foi aberto em 2022 — foram mais de 400 colaboradores contratados entre junho daquele ano e dezembro de 2024.
O objetivo de ter duas mil fábricas parceiras no Brasil até 2026 também continua de pé. Porém, o número continua estável — em torno de 300 — desde 2023. Parte da dificuldade é em relação a logística da fabricação. “Enfrentamos alguns desafios, como um tecido que pode demorar três meses para chegar ao Brasil”, diz Feistler. “Uma tendência de uma novela ou filme tem que estar à venda em uma semana.”
Por fim, o executivo disse que a taxa das blusinhas impactou a empresa, mas não revelou um número exato. “Os produtos que não são encontrados no Brasil continuam sendo vendidos, como itens de moda de inverno”, disse, completando que o imposto tornou os produtos “menos acessíveis” para a população de baixa renda.