Franquias crescem 13,5% e faturam R$ 273 bilhões em 2024, diz ABF


De acordo com a entidade, número de unidades em operação no país chegou a 197.709, um crescimento de 0,9% O setor de franquias faturou R$ 273,083 bilhões em 2024, de acordo com dados consolidados divulgados nesta quarta-feira (5/2) pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). O valor representa um crescimento de 13,5% sobre 2023. Isoladamente, no 4º trimestre 2024, o setor cresceu 11,3%, totalizando faturamento de R$ 81,086 bilhões.
Para a entidade, a recuperação do consumo, a baixa histórica dos níveis de desemprego, o aumento da massa salarial e do poder de compra das famílias e a projeção de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado — o acumulado em quatro trimestres até o terceiro tri de 2024 era de 3,1% — ajudam a explicar a alta.
A ABF avalia também que as redes conseguiram avançar em agendas de eficiência operacional, digitalização de processos e serviços e no aprimoramento das estratégias omnichannel. A expansão em cidades menores, impulsionada pelo aquecimento de mercados relacionados ao agronegócio, foi outro fator positivo.
“Observamos um foco claro das redes em aumentar o lucro das unidades franqueadas estabelecidas, e isso vai seguir forte em 2025. Temos também o avanço da multicanalidade, que se torna uma realidade após anos marcados por sobrevivência [2020/2021], recuperação [2022] e consolidação [2023]. Isso leva a um faturamento muito superior das marcas já existentes”, afirma Tom Moreira Leite, presidente da ABF.
A entidade tem 1.224 afiliadas, que somam 67 mil unidades no país, e a pesquisa de cenário referente a 2024 foi realizada com 345 marcas.
Crescimento de unidades
O número de redes se manteve praticamente estável, com 3,3 mil em operação — ano passado eram 3.311. O crescimento de unidades foi 0,9%, totalizando 197.709 franquias.
Considerando-se apenas as associadas à ABF, o volume foi maior: as marcas respondentes registraram um crescimento de 17,8% e um índice de fechamentos de 6,4%, deixando um saldo de 11,7%, pouco acima dos 11,3% registrados em 2023. De acordo com a ABF, as redes associadas contabilizam cerca de 67 mil unidades. O repasse chegou a 3,4% — no ano anterior, havia sido de 4,3%.
O volume de empregos diretos gerados pelo setor cresceu 1% em 2024, atingindo 1.718.621 trabalhadores.
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Entretenimento e Saúde, Beleza e Bem-Estar se destacam
Todos os 12 segmentos mapeados pela entidade tiveram crescimento, com destaque para Entretenimento e Lazer (16,6%), Saúde, Beleza e Bem-Estar (16,5%) e Alimentação – Food Service (16,1%). Segundo a ABF, os três se beneficiaram do aumento do poder de consumo.
Alimentação – Food Service, especificamente, cresce na esteira da retomada do consumo presencial, com o retorno para os escritórios, combinado à consolidação do delivery. Entretenimento e Lazer, por sua vez, vem experimentando números relevantes desde a reabertura da economia pós-pandemia. Além disso, o mercado ganhou participação com a criação de novos modelos de negócio, como brinquedos interativos, trampolins e máquinas de ursos de pelúcia entre outros. Já Saúde, Beleza e Bem-Estar tem o crescimento calcado na maior demanda por casas de repouso e necessidade de cuidados especializados. Nesse aspecto, a telemedicina também se destaca, bem como as redes de estética — o setor viveu um boom de redes focadas em harmonização facial nos últimos anos.
Como tendência, a entidade destaca o surgimento de beautytechs e o consumo de suplementos, produtos naturais, orgânicos e veganos, testes de pele e dietas específicas, entre outros.
Confira o desempenho de cada segmento em 2024:
Desempenho dos segmentos do Franchising 2024
Projeção 2025
A projeção de crescimento para 2025 é de até 10% no faturamento, com estabilidade no número de redes e aumento de 2% no número de abertura de unidades. Se fatores macroeconômicos ajudaram o setor no ano passado, agora, a entidade prevê alguns desafios, como a perspectiva de novas altas da taxa Selic e a pressão inflacionária sobre o poder de compra dos consumidores.
“O ano vai exigir uma gestão cuidadosa de portfólio, precificação e um envolvimento muito maior da cadeia de suprimentos. As marcas precisam preservar o núcleo da oferta, mas desenvolver um leque de produtos ou serviços que caibam no bolso do consumidor, que vai sentir o impacto inflacionário”, analisa Moreira Leite.

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