HRtech aposta em benefício coorporativo para ‘pais de pet’ e deve faturar R$ 3 milhões neste ano


Ideia do negócio surgiu quando empreendedora resgatou um gato, que hoje é CEO honorário da empresa Martha Rodrigues, 25 anos, estava a caminho de casa após o expediente de trabalho quando encontrou um pequeno gato sendo atacado por um cachorro na rua. Disposta a ajudar, ela resgatou o animal e dividiu os cuidados com um colega de trabalho que se mobilizou com a situação. Com gastos que não paravam de crescer, eles notaram um gap no mercado de benefícios corporativos, que não contemplava os ‘pais de pet’.
De olho na oportunidade, os empreendedores fundaram a Guapeco, uma HRtech com uma solução pet focada no B2B, em 2020. De acordo com Rodrigues, quando a empresa foi criada, já havia algumas empresas no segmento de plano de saúde para animais, mas com foco no B2C. “Observamos que a empresa em que eu trabalhava na época possuía benefícios para cuidar da família dos colaboradores, mas em um formato tradicional, sem considerar os pets como parte do modelo familiar brasileiro”, diz.
No Brasil, a população de animais de estimação soma mais de 160 milhões, entre cães, gatos, répteis, peixes e pequenos mamíferos, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de estimação (Abinpet), de 2023. A estimativa da Abinpet é que o mercado pet brasileiro tenha faturado mais R$ 77 milhões em 2024, um crescimento de 125% em relação ao ano anterior.
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A ideia de negócio foi ancorada por pesquisas de mercado feitas com o setor de recursos humanos de algumas empresas. Segundo Rodrigues, da idealização à abertura do CNPJ, foram cerca de sete meses de validação. Para tirar a ideia do papel, a empreendedora se juntou a Thiago Pimentel, o colega de trabalho que a ajudou com o gato resgatado. Juntos, eles passaram a investir R$ 600 por mês para manter a operação da empresa nos primeiros 18 meses.
De acordo com a empreendedora, o negócio começou com um clube de benefícios com descontos para serviços veterinários parceiros. Em uma landing page, os usuários se cadastravam, e todo o trabalho era feito de forma manual pelos sócios. “Brinco que do zero aos primeiros R$ 100 mil [faturados no primeiro ano do negócio] nós tínhamos apenas uma planilha e um sonho. Isso foi muito importante, já que não focamos em desenvolver muitas coisas logo de cara. Assim, conseguimos direcionar nossos esforços para entender o que entregava valor ao usuário”, diz Rodrigues.
Nos anos seguintes, a empresa continuou adaptando o produto às necessidades dos consumidores. Em 2024, a startup, que agora conta mais uma sócia, Júlia Locks, recebeu um aporte de R$ 750 mil por meio do Projeto Inova, parceria entre o Sebrae SC, Sebrae Nacional, Unifique, Raja Ventures e Bossa Invest. Como resultado, o negócio cresceu 300% em relação a 2023, alcançando uma receita anual recorrente (ARR) de R$ 1,3 milhão. De acordo com Rodrigues, o capital permitiu a dedicação dos sócios de forma integral à empresa, além de investimentos em tecnologia.
Hoje, a Guapeco oferece a empresas o benefício corporativo de planos de saúde para pets. Com abrangência nacional, a HRtech permite aos tutores de que seu animal possa ser atendido na rede referenciada ou no seu médico-veterinário de confiança. Com base em uma tabela com tetos pré-estabelecidos, são reembolsados valores em serviços como consultas, vacinas, exames e procedimentos cirúrgicos.
A startup tem foco no B2B e já atende mais de 80 empresas, entre elas RD Station, Accenture e Grupo Stefanini. Rodrigues afirma que a solução não é uma adaptação de um produto feito para pessoas físicas, mas algo pensado especificamente para as empresas, com foco em gerar atração, engajamento e retenção dos colaboradores.
Mutley e Martha Rodrigues
Divulgação/Ana Quinto
Para reforçar a importância dos pets no centro de decisão dos negócios, a startup nomeou o gato resgatado por Rodrigues, batizado de Mutley, como CEO honorário da empresa. “Essa foi uma maneira que encontramos de comunicar a inspiração da empresa e reforçar nosso compromisso com os animais acima de tudo”, aponta a empreendedora.
Ainda sem novas rodadas de captação no radar, Rodrigues afirma que a busca por novos aportes deve começar a partir do último trimestre deste ano. Para 2025, a empresa projeta um faturamento de R$ 3 milhões.
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