O que é e como funciona o capital de giro?


Definir os custos para manter o negócio e não misturar finanças ajuda a manter o caixa saudável O início de um negócio exige organização, planejamento e, claro, recursos financeiros. Independentemente do tamanho e do tipo, todos os negócios devem tentar manter um capital de giro saudável, ponto que deve estar sempre sob a vista do empreendedor.
O capital de giro é o total de recursos necessários para que um determinado negócio continue funcionando plenamente, somando dinheiro e estoque. Ou seja, depois do investimento inicial para abertura de empresa, é necessário organizar o caixa para que o negócio não tenha prejuízo, consiga vender mais e incrementar os lucros.
Para calcular, não há uma proporção fixa recomendada entre o capital de giro e vendas. A resposta varia de acordo com o tipo de negócio – e aqueles que têm a margem bruta mais apertada, precisam de um capital de giro maior.
A margem bruta é a porcentagem de lucro em cima de cada venda: se o seu produto custa R$ 10 e você vende a R$ 11, por exemplo, você tem uma margem bruta apertada. Isso é comum em negócios que vendem produtos que têm custo alto e com alta concorrência, o que impede de elevar o valor de venda. Por isso, é importante um bom planejamento. Assim, você não é pego de surpresa num mês em que a entrada de receitas é baixa e consegue pagar despesas básicas e funcionários, e repor o estoque. Além disso, ter boas estratégias de vendas, não extrapolar nas compras e gerir bem os recursos são dicas valiosas.
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Estar atento a uma rotina financeira saudável ajuda o empreendedor a conseguir uma progressão naquele negócio. Esta é a avaliação de Lúcia Gomes, consultora de negócios do Sebrae-SP.
“Uma operação saudável mantém a adimplência, e ser considerado um bom pagador no mercado aumenta a chance de conseguir um empréstimo para investir no crescimento da empresa”, diz. Além disso, há impactos internos: “Elimina o risco de atrasar pagamentos de despesas e contrair juros, preserva uma relação saudável com fornecedores – para, eventualmente, negociar descontos – e mantém os pagamentos dos funcionários em dia, evitando que haja impacto no atendimento ao público.”
Para não derrapar e criar prejuízos, é importante que o dono do negócio evite práticas que têm efeitos negativos no negócio, como diminuição da qualidade e da quantidade do serviço prestado, endividamento e até redução de pessoal.
André Bernardes, CEO e cofundador da Zippi, que atende pequenos empreendedores e autônomos em busca de capital de giro, elenca alguns atos mais comuns que prejudicam as finanças e impactam no capital de giro:
Misturar o crédito pessoal com o crédito do negócio. Exemplo: usar o cartão de crédito da pessoa física para repor o estoque. “Porque você não sabe mais se você está pagando uma conta que ajudou a movimentar o seu negócio e lucrar mais ou se você está pagando uma conta de algo que você usou para um fim de consumo. Não há certo ou errado, mas é preciso ter clareza do caminho que o seu dinheiro faz.”
Não definir a porcentagem do lucro destinada ao dono do negócio. Com isso, é comum pegar mais dinheiro de acordo com o total de vendas no mês, o que não permite o aumento do lucro total do negócio. Dica: inclua um valor fixo para seu pagamento, e avalie alterar somente quando o nível de lucro já estiver consolidado.
Não fazer pesquisas de preço. Para conseguir alavancar seus lucros sem prejudicar o capital de giro, é importante sempre estar de olho em gastos desnecessários. Uma das formas é buscar fornecedores que vendem mais barato, ainda que a diferença individual possa ser considerada pequena, impactando no total do mês.
Para Lucia Gomes, manter um bom capital de giro é sobre comportamento. “É preciso controle e disciplina. Não é difícil nem precisa de um sistema super elaborado, é preciso uma virada de chave que ajude o dia a dia a se tornar mais simples. É pensar em como ser mais eficiente e sofrer menos em determinados momentos.”
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