Antler investe R$ 5,2 milhões em oito startups no quarto ciclo de aportes no Brasil | Startups

O fundo global de venture capital Antler selecionou oito startups para o seu quarto ciclo de investimentos no Brasil, com cheques em torno de US$ 125 mil, somando US$ 1 milhão (R$ 5,2 milhões) aportados em negócios nascidos ou desenvolvidos durante março e junho de 2024. São elas: Agrovisia, Elephan, Futuriza, Kolek, Machina Sports, Tistto, ViaVan e Vulkan.

A Antler recebeu 2 mil inscrições para a quarta edição da residência e selecionou 79 empreendedores que conviveram durante 10 semanas, participando de workshops e mentorias com agentes do ecossistema de inovação. O processo gerou a fundação de 34 startups, das quais 12 foram convidadas a participar do comitê de investimentos para apresentar seus pitches.

“Eu vejo cada vez mais o pragmatismo nas pessoas, a evolução de residência para residência é muito grande. Os empreendedores estão pensando em negócios que realmente podem conseguir uma certa tração porque o momento do venture capital no Brasil mudou. Temos menos liquidez, valuations mais baixos. As startups estão demorando muito mais para levantar uma rodada, então elas precisam monetizar para sobreviver”, comenta Carolina Strobel, sócia-fundadora da Antler Brasil.

A Futuriza, uma das investidas, foi criada por Felipe Corrêa da Silva e Diogo Maximo alguns meses antes do cohort da Antler. Silva é fundador de segunda viagem, com a Convenix no currículo – vendida para o Grupo Senior. Ele conheceu o sócio por meio do Founders Club, enquanto buscava uma nova ideia para empreender. Maximo, por sua vez, trabalhava no Grupo SOMA, onde construiu a rede de aplicativos das marcas da holding. O embrião da tecnologia da Futuriza nasceu em um hackaton do grupo, a partir da dor da visualização 3D para a modelagem de peças.

Os sócios passaram quatro meses desenvolvendo o negócio a distância, Silva em Joinville e Maximo no Rio de Janeiro. Eles criaram um MVP e emplacaram no primeiro cliente, uma ótica de luxo, validando a tese de que a tecnologia para provador virtual aumentava a conversão de vendas. Ambos aplicaram para a residência da Antler, passaram e se conheceram pessoalmente em São Paulo.

Durante o programa, eles ampliaram o escopo do produto para atender as empresas também na fase de protótipo das peças, buscando a facilitação da comunicação com fornecedores. A Futuriza opera no B2B, no segmento enterprise, e já atende Hering e Farm. A startup pretende aproveitar a presença internacional da Antler para traçar os primeiros passos fora do Brasil.

O investimento da Antler será direcionado para acelerar o produto e disponibilizar a automatização do processo para que o cliente consiga criar os itens por conta própria. “A inteligência artificial está mudando todos os dias, queremos acelerar a nossa plataforma e também dar início às nossas iniciativas internacionais, abrir portas com marcas de fora do Brasil”, afirma Silva.

Outra selecionada para receber o cheque foi a Elephan, fundada por Thais Sterenberg e Henrique Machado, que se conheceram nos primeiros dias do cohort. Ambos haviam trabalhado com marketing e vendas no passado – ela, com passagens por grandes empresas, como Danone e Nestlé, e startups como Fix e QuintoAndar; ele, como fundador e CTO/CPO da Ramper. Eles perceberam que tinham visões parecidas de negócio e decidiram empreender juntos.

A Elephan é uma plataforma de inteligência de receita, que oferece dados para que empresas consigam acompanhar melhor o cliente durante o funil de vendas, gerando maior retenção e conversão. Todas as reuniões com leads são gravadas, registradas, interpretadas e enviadas ao CRM.

“Áreas de vendas e customer success são as que mais geram dados para as empresas, principalmente B2B. Mas essas informações são desestruturadas e se perdem no caminho porque são ciclos de vendas longos, relacionais. Passamos a registrar e interpretar as reuniões, trazendo resumo, insights, sugestão de follow-up e análise de sentimentos, além de integração com o WhatsApp dos vendedores e analistas para acompanhar as mensagens trocadas com clientes”, aponta Sterenberg.

O aporte da Antler será utilizado para estruturar as equipes de tecnologia, produto, marketing e vendas e para investir em canais de aquisição. 40 clientes pagantes já utilizam a solução, entre eles, Vittude, ForumHub, Nuvemshop, Vertown, D4Sign, entre outras.

A Antler trouxe a iniciativa de residência para empreendedores ao Brasil no início de 2022. Desde então, a gestora investiu R$ 20,2 milhões em 30 startups. Strobel conta que a equipe continua acompanhando os negócios e fundadores que não receberam o cheque quando participaram da residência para oportunidades futuras.

“Elas seguem no nosso radar. Algumas startups que investimos não tinham maturidade no fim da residência, mas seguimos acompanhando. A Kolek, por exemplo, dessa edição, foi investida inicialmente por Singapura, então também acompanhamos o portfólio de outros países”, diz.

O programa vai continuar no país com uma nova turma em 2025, e Strobel adianta que um novo formato de residência está sendo desenhado. “Seguimos otimistas a respeito dos investimentos que estamos fazendo. O portfólio tem 30 startups hoje e pretendemos ter 80 ou mais, estamos só no começo”, finaliza.

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