Americanas vai se concentrar em produtos mais baratos e prevê fechar 100 lojas | Negócios
Em entrevista ao GLOBO, Leonardo Coelho, CEO da Americanas, e Camille Faria, diretora financeira da varejista, detalharam que a empresa ainda tem um longo caminho de recuperação pela frente, apesar de já ter reduzido seu nível de prejuízo desde o ano passado, quando foi descoberta uma fraude contábil de mais de R$ 25 bilhões, que gerou uma grave crise financeira e levou a companhia a um processo de recuperação judicial, ainda em andamento.
— Temos ainda utilidades domésticas e brinquedos, com opções entre R$ 20 e R$ 30, que cabem no bolso do cliente. No sortimento das lojas, os produtos de menor valor, essenciais para enfrentar este momento de menor poder aquisitivo, devem ganhar mais espaço. Não vendemos mais geladeiras, notebooks ou produtos de linha marrom — explicou Coelho.
Durante uma conferência com analistas, Camille lembrou que a empresa não espera concluir o processo de recuperação judicial antes do início de 2026. Ela mencionou o processo de venda de ativos, que faz parte do acordo com os credores. Ao GLOBO, Camille disse que a expectativa é iniciar a venda da Uni.Co, dona do Imaginarium, ainda este ano. A companhia também planeja se desfazer da Hortifruti Natural da Terra (HNT) e das marcas Shoptime e Submarino, com a meta de arrecadar pelo menos R$ 1 bilhão com todas as vendas.
— Os ativos estão em estágios diferentes. No caso da Uni.Co, podemos começar o processo de venda ainda este ano. Já na HNT, ainda há melhorias a serem feitas na operação. Com a Ame, estamos integrando a atividade à Americanas, o que elimina a necessidade de algumas licenças e nos leva a considerar a venda. Além disso, houve mais de um interessado em Shoptime e Submarino, o que nos surpreendeu — exemplificou Camille.