8 em cada 10 profissionais de RH estão com altos níveis de sobrecarga no trabalho

O estudo também apontou que 65% dos RHs enfrentaram algum problema de saúde mental no último ano.

Um estudo recente conduzido pela Flash, plataforma de gestão da jornada de trabalho, revelou que 82% dos RHs estão com altos níveis de sobrecarga no trabalho. A pesquisa Panorama da Saúde Emocional dos RHs, realizada entre abril e maio deste ano, ouviu 924 profissionais de RH de empresas de todos os portes.

Entre os principais motivos da sobrecarga estão a crescente pressão por resultados e a estratégia de redução de custos operacionais, que têm imposto uma carga adicional sobre esses profissionais. A introdução de tecnologias como inteligência artificial também foi citada como fator contribuinte para o aumento do estresse.

O estudo também aponta que 65% dos profissionais de recursos humanos enfrentaram algum problema de saúde mental no último ano, sendo a ansiedade (42%) o transtorno mais comum mencionado, seguido de falta de motivação (16%), burnout (4%) e depressão (3%).

Além disso, mais de um terço dos profissionais de gestão de pessoas (34%) diz sofrer pressão diariamente ou semanalmente e outros 30% afirmaram sofrer pressão no fechamento do mês (número 14% maior do que o registrado em 2023).

Guillermo Gomez, vice-presidente da Flash, ressaltou que a pressão sobre os profissionais de RH tem se intensificado nos últimos anos. “É crucial que as empresas reconheçam não apenas os desafios operacionais estratégicos, mas também os seus impactos na saúde emocional desses profissionais”, afirmou Gomez.

A sobrecarga é particularmente sentida na média gerência, onde supervisores (24%), coordenadores (15%) e gerentes (22%) enfrentam o desafio de equilibrar demandas operacionais com responsabilidades estratégicas, o que pode comprometer tanto a eficiência quanto o bem-estar pessoal.

Investimento em Saúde Mental

Apesar dos desafios identificados, o Panorama da Saúde Emocional do RH destacou uma lacuna significativa no suporte oferecido pelas organizações aos profissionais de RH. Apenas 40% dos entrevistados relataram receber algum tipo de incentivo ou benefício corporativo relacionado à saúde mental.

Segundo Guillermo Gomez, para ser estratégico e persuasivo ao apresentar a questão da saúde mental para o CEO e demais executivos, os diretores de RH e as demais lideranças da área precisam usar a linguagem dos números.

“Ao apresentar dados claros e mensuráveis sobre o impacto da saúde mental, o RH pode destacar não apenas os aspectos humanitários, mas também os benefícios financeiros de investir na promoção do bem-estar psicológico dos funcionários. Isso não só reforça a importância da saúde mental como uma prioridade, mas também demonstra a sua relevância estratégica para o sucesso da organização”, finaliza o executivo.

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